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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - Bradesco e Banco do Brasil anunciaram nesta terça-feira a criação da nova bandeira de cartões Elo, com objetivo de que ela tenha 15 por cento do mercado nacional nos próximos cinco anos.
A bandeira --que surge como opção aos consumidores às tradicionais Visa, Mastercard e American Express-- tem como alvo principal as classes de menor renda.
Os dois bancos estão criando a holding Elo Participações, que terá sob seu guarda-chuva as participações de Bradesco e BB na Cielo, a maior rede de adquirentes de cartões de crédito e débito do Brasil.
Com a integração das atividades de cartões de ambos na holding, a meta é que companhia gere sinergias de 1 bilhão de reais em cinco anos, informou o diretor de cartões do Bradesco, Marcelo Noronha, a jornalistas.
A projeção de participação no mercado nacional é baseada em uma expectativa de que o Brasil terá 800 milhões de cartões emitidos em cinco anos ante cifra de 581,4 milhões de plásticos no final do primeiro trimestre e estimativa de 628 milhões no fim de 2010, segundo dados da Abecs, que representa o setor.
"A bandeira Elo vai estimular a concorrência porque fortalece a opção de uso por parte dos comerciantes (...) Teremos ganho de escala e isso será repassado ao consumidor", disse o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco.
A expectativa das instituições é que a nova bandeira comece a emitir cartões dentro de seis meses.
Pela estrutura proposta para a nova bandeira, o Bradesco terá 50,01 por cento de participação na holding que reunirá parte dos negócios das instituições com cartões de crédito e débito. O BB terá o restante.
A avaliação do Bradesco é que a nova holding terá um valor de mercado de 15 bilhões de reais. O foco será em um público de renda mais baixa e o vice-presidente do BB Paulo Caffarelli disse ainda que a bandeira será usada em mercados internacionais.
O Bradesco, que tem 54 milhões de clientes, encerrou 2009 com uma base de cartões de crédito e débito de 132,9 milhões, um crescimento de 50,3 por cento em relação ao terceiro trimestre. A instituição comprou o banco ibi, braço financeiro das lojas C&A, em junho do ano passado, elevando sua participação no mercado de cartões de crédito no Brasil de 19 para 22 por cento.
Já o BB terminou o ano passado com uma base de cartões de 87,3 milhões e fatia de cerca de 20 por cento no mercado nacional.
"Entendemos que a integração das operações é positiva, a medida que alinha o interesse dos bancos e permite ganhos de sinergias... O segmento de cartões possui elevado potencial de crescimento com a continuidade da substituição do cheque e moeda por cartão, redução da economia informal e aumento do consumo", afirmou a analista Mariana Taddeo, da Link.
As ações do Bradesco tiveram queda de 1,6 por cento nesta terça-feira, enquanto as do BB recuaram 3,25 por cento. O Ibovespa recuou 3,43 por cento nesta sessão.