Angra 3: irregularidades no contrato com as empresas para montagem de Angra 3 foram reveladas em meio às investigações da Operação Lava Jato (Eletronuclear/Divulgação)
Reuters
Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 11h15.
A estatal Eletronuclear, da Eletrobras, declarou nulo o processo de licitação que havia resultado na contratação de um consórcio para realizar a montagem eletromecânica da usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, segundo publicação no Diário Oficial da União desta segunda-feira.
As empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, UTC, Techint, Odebrecht e EBE e o consórcio Angramon, formado por elas, recorreram da anulação, mas tiveram os pedidos indeferidos pela Eletronuclear.
O processo foi analisado em uma reunião realizada em 26 de janeiro na sede da Eletronuclear, segundo o aviso de anulação, assinado pelo diretor presidente da companhia, Bruno Barretto.
No início de janeiro, Andrade Gutierrez e UTC assinaram acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no qual admitiram cartel na licitação, o que já havia sido feito pela Camargo Corrêa em agosto de 2015.
As irregularidades no contrato com as empresas para montagem de Angra 3 foram reveladas em meio às investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que apura um enorme esquema de corrupção entre empresas e políticos no Brasil.
Após a denúncia, e em meio a atrasos de pagamentos pela Eletronuclear, as construtoras paralisaram as obras de Angra 3.
No final de dezembro, a Eletronuclear assinou memorando de entendimento com a chinesa CNNC para possível participação da empresa em uma retomada da construção de Angra 3.