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Eletrobras visa entregar laudo sobre indenização em setembro

Laudos contém os valores que defende receber por investimentos não amortizados em ativos de transmissão renovados


	Linhas de transmissão da Eletrobras na Usina de Itaipu
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Linhas de transmissão da Eletrobras na Usina de Itaipu (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 21h29.

São Paulo - A Eletrobras está trabalhando para entregar os laudos com os valores que defende receber por investimentos não amortizados em ativos de transmissão renovados até setembro, segundo o diretor financeiro da empresa, Armando Casado de Araujo.

As empresas que renovaram em 2012 concessões de ativos de transmissão existentes até maio de 2000 têm até dezembro para entregarem os laudos com os valores de indenização à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sendo que Cteep e Eletrosul já entregaram.

A Eletrosul divulgou nesta semana que pleiteia 1,06 bi de reais. A Aneel tem 150 dias após a entrega dos laudos para se manifestar sobre o tema. Casado não revelou os valores pedidos.

Resultados Futuros

Empresas do grupo Eletrobras têm apresentado prejuízos nos últimos anos, o que contribui para que a estatal federal também feche com resultados anuais negativos.

Mas segundo Casado, algumas medidas podem ajudar a reduzir impactos negativos em empresas do grupo no futuro, principalmente a partir do ano que vem.

Entre as empresas do grupo, Casado acredita que o prejuízo da CGTEE, geradora de energia termelétrica no Sul do país, deverá ser gradualmente reduzido ante a perda de 276 milhões de reais no primeiro semestre de 2014.

Uma das térmicas operadas pela CGTEE, estava gerando muito abaixo de sua capacidade, por problemas na caldeira, e precisava comprar energia a preços altos de curto prazo para honrar a entrega.

A Eletrobras já tinha conseguido que a Aneel abonasse uma multa de 1,4 bilhão pela indisponibilidade da usina e, além disso, comprou 80 MW médios da Eletronorte, outra subsidiária do grupo, para suprir o atendimento de contratos da CGTEE.

"Isso vai fazer com que esse prejuízo da CGTEE seja reduzido", disse ele.

Na Amazonas Energia, distribuidora mais problemática do grupo, com prejuízo de 648 milhões de reais no segundo semestre, a expectativa é de que a empresa deixe de ter fortes perdas quando for integrada ao sistema elétrico nacional e deixe de precisar de comprar energia mais cara.

Resultados menos negativos, no entanto, devem começar a ocorrer só no ano que vem, já que o processo de integração e reorganização da empresa ainda ocorre ao longo deste ano.

"Eu acho que é um crescimento paulatino a partir do ano que vem", disse ele.

Casado disse ainda que a companhia só entrará nas distribuidoras estaduais Celg (GO), CEA (Amapá) e CERR (Roraima) quando a situação financeira dessas companhias estiver mais organizada.

No caso das duas últimas, a Eletrobras não deve assumir essas empresas antes da renovação das concessões das distribuidoras, que começam a vencer no ano que vem.

Sobre o investimento na hidrelétrica Belo Monte, Casado disse que o retorno calculado ainda está na casa dos dois dígitos.

Dividendos

Casado acrescentou que a Eletrobras tem 2,1 bilhões de reais na reserva de lucro, que vem sendo usada para pagar dividendos aos acionistas nos dois últimos anos, apesar do prejuízos que a companhia registra anualmente.

"Se a Eletrobras der prejuízo e a reserva de lucro não for suficiente para pagar os dividendos, não vamos pagar", disse o diretor sobre o resultado anual, que lembrou que a empresa não tem obrigação de pagar dividendos em caso de prejuízo.

Casado explicou também que o estatuto da companhia não permite uso da reserva legal e da reserva de capital para pagamento de dividendos.

"Hoje a empresa tem que começar a trabalhar para gerar lucros, sim", disse ele. (Por Anna Flávia Rochas)

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