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Eletrobras adia novamente divulgação de resultados de 2020

Balanço da estatal foi adiado para a próxima sexta-feira, 19, após o fechamento do mercado

Eletrobras (Nadia Sussman/Bloomberg)

Eletrobras (Nadia Sussman/Bloomberg)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 15 de março de 2021 às 20h08.

Última atualização em 15 de março de 2021 às 20h21.

A Eletrobras adiou novamente a divulgação de seus resultados para o quarto trimestre de 2020, agora para a próxima sexta-feira, 19, após o fechamento do mercado. O balanço estava previsto para esta segunda-feira, 15.

A teleconferência de resultados foi transferida para segunda-feira, 22, às 12h. Segundo o fato relevante, a Eletrobras havia decidido antecipar os resultados do exercício de 2020, em razão da data de saída do presidente Wilson Ferreira Júnior da companhia a partir de 16 de março de 2021.

"Entretanto, dada a complexidade dos trabalhos de auditoria da Eletrobras que envolve a consolidação de diversas controladas, participação em coligadas e em sociedades de propósito específico, e especialmente devido às demandas adicionais de auditoria, surgidas no decorrer dos trabalhos, faz-se necessário novo adiamento", aponta a empresa.

A companhia também informou que a atual diretora financeira e de relações com investidores, Elvira Cavalcanti Presta, foi designada pelo conselho de administração como presidente interina da companhia até que seja concluído o processo de sucessão, eleição e posse do novo presidente, após a saída de Wilson Ferreira Junior, que amanhã já não estará no cargo.

Segundo apurou o Broadcast Energia, a previsão era que Elvira assumisse o posto interinamente, mas analistas consideram pouco provável que ela assuma efetivamente o cargo.

Privatização

O governo federal vem tentando vender a companhia, que gera 34% da energia do país, desde a gestão do ex-presidente Michel Temer, mas a pauta não avança.

Na avaliação de analistas ouvidos pela EXAME, a estatal é considerada um bom ativo no mercado e estaria madura para ser vendida caso a privatização avance depois de ter tido prejuízos durante anos e ter sido utilizada para fins políticos. Entre os anos de 2012 e 2015, ela teve seu caixa usado politicamente, principalmente por causa da Medida Provisória 579, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que cortou o valor da energia em 20%.

Subsidiárias deficitárias (que já foram vendidas) nos estados do Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Alagoas e Piauí também fazem parte do pacote de medidas que levaram a estatal a viver penúrias no começo desta década. Entre 2012 e 2017, foram 28 bilhões de reais em prejuízos.

Wilson Ferreira Júnior anunciou sua saída em janeiro após perceber que o projeto da privatização da companhia não vinha caminhando como ele gostaria.

Wilson é um defensor da privatização da Eletrobras e aceitou comandar a BR Distribuidora, empresa que já foi uma das subsidiárias da Petrobras.

A privatização da Eletrobras só voltou a ser prioridade do governo após o presidente Jair Bolsonaro perceber que desagradou o mercado financeiro com a troca no comando da Petrobras, feita em meados de fevereiro.

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