Local de trabalho compartilhado oferecido pela SpareChair: sites estão repletos de lugares inusitados, como mesas de jantar e estúdios de gravação (Reprodução/Facebook/SpareChair)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2015 às 17h17.
“Não fazia muito sentido que eu pagasse por um espaço compartilhado de trabalho em tempo completo, porque então eu precisaria contratar um passeador de cachorro”, disse Sharona Coutts, CEO da SpareChair, no Brooklyn.
“E eu não tinha a menor vontade de ir todos os dias do Brooklyn até Manhattan, a menos que fosse necessário”.
A busca por um lugar de trabalho fora de sua casa que lhe desse a flexibilidade que ela precisava levou Coutts a lançar seu site, que combina trabalhadores nômades com espaços temporários para trabalhar.
SpareChair é um dos vários sites novos que aproveitam o modelo popularizado pelo Airbnb – alugar por períodos curtos um espaço que não está sendo usado – e aplicá-lo aos espaços de trabalho.
Agora você pode experimentar durante algumas horas um novo lugar compartilhado de trabalho ou viver a aventura de dividir um escritório doméstico com um desconhecido.
Alguns desses sites, como Breather e LiquidSpace, enfocam escritórios e salas de reunião tradicionais. Outros, como SpareChair e Desktime, estão repletos de lugares inusitados, como mesas de jantar, estúdios de gravação e até um ateliê de impressão.
“Ficamos fascinados por ver que alguns anfitriões criaram deliberadamente alguns pequenos espaços de trabalho em suas próprias casas para compartilhar”, disse Coutts.
“Parece que essa é uma abordagem característica da geração Y em relação à vida, ao trabalho e à comunidade”.
Os sites são especialmente interessantes para os que viajam com frequência e talvez precisem encontrar um lugar confiável com Wi-Fi e café – e lutar contra o tédio sufocante de trabalhar em um quarto de hotel – em cidades longínquas.
Talvez o custo valha a pena se você conseguir uma escrivaninha à beira mar em Bali ou a alguns quarteirões de distância da torre Eiffel.
Esquisitice
O preço desses espaços de trabalho varia amplamente, e o serviço é cobrado por hora, dia ou mês.
Um lugar na sala-de-estar da casa de alguém no SpareChair pode valer apenas uns trocados por dia, mas a mesma quantidade de tempo em um escritório privativo, em uma sala de reunião ou em um espaço especializado, como um estúdio de fotografia, pode custar algumas centenas de dólares.
Um simpático espaço compartilhado em Chicago custa US$ 5 por dia e, embora eu não saiba o que fazer com miçangas, imagino que US$ 15 por um dia de acesso a um equipado ateliê de joalheria em Manhattan seja um bom negócio.
Mas vamos falar sério: ir trabalhar em um espaço compartilhado e convencional é uma coisa, mas será que as pessoas realmente têm vontade de trabalhar na casa de um desconhecido – ou pensar em deixar que um estranho entre em sua casa? Muitos hesitam diante dessa ideia.
“A possibilidade de que apareça gente esquisita é grande demais, e não vale a pena por US$ 20 ou US$ 30”, disse Julia Schweitzer, funcionária de uma startup, que trabalha remotamente no Brooklyn.
Por outro lado, as pessoas também mencionaram a questão da esquisitice para criticar o modelo do Airbnb quando a empresa surgiu e, no entanto, a disposição da geração Y para se arriscar em troca de uma hospedagem personalizada a um custo relativamente baixo rendeu à empresa a avaliação de US$ 20 bilhões.