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Ele fatura R$ 145 milhões ao ajudar classes C e D a viajar de avião e não teme o programa Voa Brasil

Com franquias apenas em regiões periféricas, a Vai Voando leva brasileiros para diferentes estados e países com pagamento em boleto e sem comprovação de renda

Luiz Andreaza, do Vai Voando: As vendas para o feriado da Páscoa deste ano foi o melhor da história da companhia, com aumento de 50%  (Vai Voando/Divulgação)

Luiz Andreaza, do Vai Voando: As vendas para o feriado da Páscoa deste ano foi o melhor da história da companhia, com aumento de 50% (Vai Voando/Divulgação)

Publicado em 30 de março de 2024 às 08h01.

Última atualização em 30 de março de 2024 às 10h47.

“Queremos tirar da gaveta o sonho de muitos brasileiros de viajar para outros estados e países”, diz Luiz Andreaza, diretor-executivo da Vai Voando, agência de viagens nacionais e internacionais.

A companhia, que conta hoje com Celso Athayde como sócio, nasceu em 2010, dentro de um posto de gasolina, em São Paulo. A agência que antes vendia passagens rodoviárias viu uma oportunidade enorme no público C e D para viagens aéreas. “Vimos que muitas pessoas estavam se interessando mais por viagens e que poderiam investir em um passeio da mesma forma que investiam em eletroeletrônicos, ou seja, no parcelado.”

Foi assim que com métodos de pagamento mais práticos, inclusive pagamento no boleto em 12 vezes e sem consulta ao SPC ou Serasa, que a primeira loja foi criada em Taboão da Serra, diz Luiz Andreaza, diretor-executivo da Vai Voando.

“Com zero digitalização, a loja começou a expandir após micro agências, que vendiam passagens de ônibus, passarem a vender também passagem aéreas de avião”, diz Andreaza que comenta que a presença da companhia sempre foi em regiões de periferia ou centro popular, tendo São Paulo e Rio de Janeiro como principais destinos. “Você não vai nos encontrar o Vai Voando em bairro de rico. Fomos criados com o foco no público mais carente. É como se fosse um serviço de educação financeira, mas sem dívida”.

A expansão do negócio

Apesar das facilidades, a companhia colocou uma condição para a venda das passagens aéreas: a última parcela do boleto precisa ser paga antes da viagem, ou é possível também parcelar no cartão de crédito. Essa condição foi bem aceita e ajudou expandir o negócio. Andreaza comenta que começaram a ver que as pessoas não procuravam mais viajar apenas para visitar um ente querido e ficar na casa dele, mas começaram a explorar novos destinos e até ficar em hotéis e fecharem passeios.

“Com a expansão, começamos a apostar no modelo de franquias em 2019 e vimos uma mudança no negócio. O Sudeste caiu para segundo lugar tanto em número de vendas quanto de franquias”, diz o executivo. “Hoje temos uma força muito maior na região Norte, tanto que, das 340 franquias, 75 franquias estão hoje no Amazonas”.

O aumento do interesse gerou um valor maior de investimento e foi assim que os pedidos para destinos internacionais chegaram na startup. Em 2023 a companhia começou a apostar em viagens para a América do Sul em parceria com a Gol.

“Como a nossa moeda é forte nos países vizinhos, não tivemos problemas, tanto que hoje o principal destino internacional é Buenos Aires”, diz Andreaza. “Hoje também já atendemos Flórida e Miami, tanto que 60% dos pedidos internacionais são para a Argentina e 15% para os EUA”.

Para obter uma franquia da Vai Voando a taxa é de 2 mil reais e o investimento médio está em torno de 15 mil reais, podendo ser mais dependendo do tamanho da loja. “Esses custos incluem mobiliário e capital de giro inicial, terreno é a parte”, afirma Andreaza.

Voa Brasil – aliado ou não?

O programa do governo Voa Brasil, que promete passagens aéreas mais baratas que podem chegar a 200 reais, não deve impactar os negócios do Vai Voando, afirma Andreaza, uma vez que o plano do governo está associado às companhias aéreas.

“Basicamente, o governo está tentando criar uma forma das pessoas terem mais condições de viajar. É mais uma oferta para o público que mais precisa”, diz. “No Brasil temos uma população que viaja pouco ainda, em comparação com a Europa e até o Chile, que é nosso país vizinho e que tem um índice de viagem muito melhor do que o nosso.”

Pandemia: o maior dos desafios

Por ser uma empresa que pertence ao grupo Befly, empresa de turismo, Andreaza lembra que viu uma queda muito forte de cerca de 90% no setor, mas que no caso do Vai Voando, o tombo foi de 30%.

“Vimos que na pandemia o público foi se abrigar no leito familiar e vendemos muitas viagens também para pessoas da economia informal. Em relação à hotelaria, realmente não tínhamos opção na época, mas tivemos volume de vendas, mesmo que inferior à meta”.

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Quais serão os próximos voos?

As vendas para o feriado da Páscoa deste ano foram as melhores da história para o período, segundo Andreaza.

“Vendemos mais neste feriado do que no último ano, com um aumento de 50% de vendas, chegando no ticket médio de 2 mil reais no valor da venda por viagem, que pode ter um misto da passagem mais hotéis”, afirma o diretor que destaca Fortaleza como o destino mais desejado neste feriado, seguido por São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.

A companhia faturou 102 milhões de reais no ano passado e neste ano a previsão é de 145 milhões de reais.

“Triplicamos de tamanho nos últimos dois anos e temos uma procura grande das pessoas querendo franquias, é possível perceber que muitas pessoas buscam empreender nas regiões periféricas”, diz o diretor-executivo do Vai Voando.

Entre as expectativas para a expansão do negócio está aumentar o portfólio internacional, inclusive para intercâmbios. “Queremos oferecer além de voos para a América Latina e EUA. Temos muita procura por Portugal, assim como em outros países da Europa. Nosso objetivo é decolar o negócio neste ano.”

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