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Ele fatura milhões com caldos naturais e tem Ivete Sangalo como sócia

Rafael Vaz comanda a Vero Brodo, foodtech que faturou R$ 2 milhões em 2024 e mira R$ 46 milhões em 2025. Com caldos naturais, aposta em varejo, food service e e-commerce para crescer no Brasil

Rafael Vaz, sócio da Vero Brodo: "O Brasil tem um mercado bilionário de caldos em cubo. O desafio é mostrar que existe uma alternativa mais saudável e natural" (Fernando Pires/Divulgação)

Rafael Vaz, sócio da Vero Brodo: "O Brasil tem um mercado bilionário de caldos em cubo. O desafio é mostrar que existe uma alternativa mais saudável e natural" (Fernando Pires/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 22 de fevereiro de 2025 às 10h13.

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O mercado de alimentos saudáveis cresce rápido no Brasil. Consumidores buscam opções naturais, livres de conservantes e com benefícios nutricionais. Em meio a essa tendência, a Vero Brodo aposta nos caldos líquidos para transformar a categoria.

A empresa, fundada em 2024 pela Globalfruit, oferece produtos prontos para consumo, sem aditivos químicos, em uma alternativa aos caldos ultraprocessados tradicionais. A foodtech conta com a cantora Ivete Sangalo e o nutricionista Daniel Cady entre os sócios, além de Rafael Vaz, CEO da Globalfruit.

Com distribuição nacional em redes como Oba e Carrefour, a Vero Brodo já alcançou 800 pontos de venda e quer multiplicar esse número. Em 2024, faturou cerca de R$ 2 milhões. Agora, projeta crescer 23 vezes e alcançar R$ 46 milhões em receita até o fim de 2025.

"A gente não queria só criar um produto, mas provocar o mercado", afirma Rafael Vaz. "O Brasil tem um mercado bilionário de caldos em cubo. O desafio é mostrar que existe uma alternativa mais saudável e natural."

O plano da Vero Brodo inclui investimentos de R$ 60 milhões em uma nova fábrica e a expansão para food service. A marca já negocia com redes de restaurantes e prevê entrar em atacarejos até o fim do ano.

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A origem da Vero Brodo

A ideia de criar uma linha de caldos líquidos surgiu dentro da Globalfruit, empresa que fabrica e envasa produtos para marcas do setor alimentício e que Vaz lidera desde 2018. O executivo conheceu modelos semelhantes nos EUA e na Europa, onde esse tipo de produto já domina o varejo.

O mercado brasileiro, no entanto, ainda é dominado pelos caldos em tablete, um setor que movimenta R$ 3 bilhões ao ano. O formato líquido ainda é novo por aqui. "As grandes marcas já tentaram trazer essa categoria para o Brasil, mas esbarraram na complexidade da produção", diz Vaz.

A produção dos caldos acontece em um processo longo, com tempos de cocção entre 4 e 24 horas. A empresa desenvolveu uma fábrica específica para isso, hoje com capacidade de 500 mil litros por mês. Com os novos investimentos, esse número pode superar 5 milhões de litros anuais.

Como Rafael Vaz conheceu Ivete Sangalo e Daniel Cady

Antes de se tornarem sócios da Vero Brodo, Rafael Vaz e Daniel Cady já se conheciam de Salvador. A família de Vaz era dona de um laboratório de análises clínicas e atendia a cantora e sua família há anos. Durante a pandemia, essa relação ficou ainda mais próxima.

Quando a ideia da Vero Brodo começou a ganhar forma, Vaz procurou Cady, que também é nutricionista, para apresentar o conceito da marca. A resposta foi imediata. "Na primeira conversa, ele disse que já consumia caldos líquidos lá fora e que sempre trazia na mala para o Brasil", conta Vaz.

O interesse do casal no projeto fez com que entrassem na sociedade. Hoje, Ivete Sangalo participa da comunicação da marca e da estratégia de expansão. "Ela realmente consome os produtos e usa na rotina da família", diz Vaz. "Isso fortalece a credibilidade da marca e aproxima a Vero Brodo do público."

Como funcionam os produtos

A Vero Brodo trabalha com três categorias de caldos:

  • Broth: cozido por até 4 horas, indicado para receitas do dia a dia, como arroz, sopas e molhos.
  • Stock: passa entre 6 e 8 horas cozinhando, resultando em um caldo mais concentrado para risotos e ensopados.
  • Bone Broth: preparado por até 24 horas, é rico em colágeno e pode ser consumido puro ou como base para outras preparações.

Além dos sabores clássicos (carne, galinha e vegetais), a marca lançou um caldo de feijão, pensado para complementar receitas como feijoada.

"O consumidor pode usar os caldos para cozinhar ou simplesmente tomar como um chá quente. O bone broth, por exemplo, é muito usado em dietas de jejum intermitente", explica Vaz.

O desafio de crescer um novo mercado

Levar o conceito de caldos líquidos ao público brasileiro exige um forte trabalho de comunicação. Para isso, a Vero Brodo aposta em marketing digital, presença em redes sociais e um e-commerce próprio.

No site da marca, consumidores podem comprar os produtos com entrega em até duas horas em cidades como São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília. A empresa também planeja aumentar sua presença em supermercados e já fechou contratos com Carrefour e GPA.

Outro foco da expansão é o food service. Restaurantes e redes de franquias já começaram a testar os caldos líquidos como substitutos para preparos caseiros. "O setor de alimentação fora do lar enxerga valor em um produto padronizado, pronto para uso e sem desperdício", diz Vaz.

O futuro da Vero Brodo

O plano da empresa para 2025 passa por fortalecer sua base industrial, escalar as vendas e consolidar a categoria de caldos líquidos no Brasil. Com um modelo que combina tecnologia, saudabilidade e praticidade, a Vero Brodo aposta que o consumidor brasileiro está pronto para essa mudança.

"Queremos ser a referência em caldos naturais no Brasil", afirma Vaz. "Nosso objetivo é transformar hábitos alimentares e criar um mercado que hoje praticamente não existe por aqui."

Se alcançar a meta de faturamento para o ano, a foodtech pode figurar entre as empresas que mais crescem no país.

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