Rafael Teixeira, da Clínica da Cidade: empresa quer chegar ao final do ano com contrato para ter 100 unidades (Clínica da Cidade/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 3 de agosto de 2023 às 06h00.
Última atualização em 4 de setembro de 2023 às 16h11.
Rafael Teixeira é empreendedor desde criança. Quando era menino, ia até o negócio do seu pai, um varejão em Campinas, aos finais de semana e ajudava no que podia. Embalava frios, passava o espanador nos produtos e atendia a clientela.
Depois, quando os pais trocaram de área e criaram uma consultoria para médicos que queriam ser credenciados em planos de saúde, Teixeira foi junto. Viaja com eles e, nas viagens, foi entendendo mais do setor. Foi quando já tinham conhecimento na categoria de saúde que deram um passo além e abriram, há 20 anos, uma clínica de saúde popular, chamada de Clínica da Cidade.
A empresa surgiu com a ideia de oferecer atendimentos particulares de saúde, mas a preços populares. A primeira unidade — e a única por 15 anos — ficava em um bairro periférico de Campinas, que foi ganhando escala.
“O dinheiro foi contado na época”, diz Teixeira. “A gente pintou as paredes, iniciamos tudo. No início, eram três funcionários além dos médicos: eu e meus pais. O primeiro recepcionista do meu negócio fui eu”.
Quinze anos depois, em 2018, o negócio passou por uma repaginação. Teixeira entendeu que era o momento de fazer a expansão de unidades. Na época, começava a ganhar escala o tema da saúde popular. Apostou em franquias. O salto mesmo, porém, veio com a pandemia, quando aumentou a procura pela operação.
“Quando veio a pandemia, foi um boom de procura no nosso segmento”, diz Teixeira. “Saltamos de 16 unidades em 2020 para 51 em 2022”.
O aumento de unidades também representou uma crescimento no faturamento. Em 2020, faturaram 35,2 milhões de reais. Em 2022, foram 88 milhões de reais. Hoje, são cerca de 500 funcionários.
O crescimento da Clínica da Cidade também foi atestado no ranking EXAME Negócios em Expansão 2023. A marca ficou na 24ª posição na categoria 2 a 5 milhões de reais, quando considerada a receita líquida.
O crescimento deve continuar nos próximos anos, a depender do empresário Rafael Teixeira. A meta da empresa é fechar 2023 com contrato para 100 unidades da Clínica da Cidade, batendo um faturamento de 125 milhões de reais.
“A gente espera crescer espalhando unidades pelo Brasil”, afirma Teixeira. “A gente pode triplicar isso facilmente, com os pés no chão. Não é uma franquia que se vende a torto e direito, não é qualquer pessoa que pode ser franqueado. Precisa ter certo expertise. Mas estamos mirando esse crescimento”.
Hoje, estão em 14 Estados. As últimas entradas foram em Brasília e no Espírito Santo, onde não tinham unidades.
Além da franquia, também querem crescer com unidades próprias. Hoje, são 9, mas querem dobrar nos próximos cinco anos, aportando 9 milhões de reais.
O principal negócio da Clínica da Cidade é oferecer consultas a preços mais acessíveis. A média de uma consulta particular na unidade atualmente é de 120 reais. Em quase todas as unidades, são cerca de 20 especialidades.
“Queremos que seja um negócio bom para o cliente e para o médico”, diz Teixeira. “Para o médico, ele consegue rentabilizar pelo volume que atende. E também porque tem um consultório particular a custo zero. Para o médico, é entrar em um consultório completo, uma agenda cheia, e ele não tem custo disso”.
O investimento para abrir uma franquia da Clínica da Cidade fica na média de 800.000 a 900.000 reais. O tempo de retorno do investimento é de 24 a 36 meses. Cada operação gera 20 empregos, sem contar os médicos.
Hoje, na franquia, cerca de 90% dos franqueados são empresários e 10% são médicos empreendedores.
“O franqueado rentabiliza pela taxa de atendimento”, afirma Teixeira. “São consultas e exames. No caso dos exames, a rentabilidade vem pelas parcerias que fazemos com as clínicas de exames”.
A Clínica da Cidade foi uma das vencedoras do ranking EXAME Negócios em Expansão 2023, levantamento da EXAME do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) e suporte técnico da PwC Brasil.
A empresa ficou na 24ª colocação na categoria de 2 milhões a 5 milhões de reais, com um crescimento de receita líquida de 72%. Em 2021, a receita foi de 1,7 milhão de reais. Em 2022, subiu para 2,9 milhões de reais.
O ranking é uma forma de reconhecer os negócios e celebrar o empreendedorismo no país. Com gestões eficientes, análise de oportunidade, novas estratégias e um bom jogo de cintura, os executivos no comando desses negócios conseguiram avançar no mercado.
Os resultados vieram a público num evento para mais de 400 convidados em São Paulo.
Neste ano, a lista traz 335 empresas de 22 estados, representantes das cinco regiões do país. Em relação ao ano anterior, o número de selecionadas representa aumento de 63%.Veja os resultados: