Repórter de Negócios
Publicado em 2 de setembro de 2024 às 12h07.
O maranhense Francisco Freire de Lima, conhecido como Santos, se tornou o maior franqueado da Cacau Show nos últimos anos. Ele abriu sua primeira loja no final de 2009, em Marabá, no interior do Pará.
Santos é o típico empreendedor que soube aproveitar as oportunidades do mercado. Ele investiu R$ 140.000 em sua primeira loja da marca num momento em que o franchising era incipiente no estado. Com sociedades de sucesso com familiares e pessoas próximas, ele viu o número de lojas crescer de forma consistente e gradual por muitos anos.
Com o lançamento da loja de contêiner da Cacau Show, em 2021, o empreendedor pisou no acelerador e viu o número de lojas se multiplicar. Naquele ano ele passou de nove para 14 lojas. Ao final de 2023, ele liderava 23 lojas com faturamento de R$ 29 milhões. O franqueador deve terminar o ano com sete inaugurações e expectativa de chegar aos R$ 35 milhões.
A Cacau Show é a maior franquia do país, com 4.500 lojas em operação. A rede de chocolates fundada por Alexandre Costa não quer parar por aí. Com plano agressivo de expansão, a companhia espera abrir 500 novas unidades em 2024 e alcançar os R$ 6,5 bilhões de receita. Para isso, a companhia conta com 1.700 franqueados.
O maranhense fez carreira como representante comercial de distribuidoras regionais, mas sempre teve em mente que teria o próprio negócio."Eu me preparei por muitos anos para ter as competências necessárias para ser um bom gestor enquanto juntava dinheiro", diz.
A ideia de abrir uma loja de chocolates no interior do Pará surgiu depois de algumas passagens por aeroportos. "A loja tinha movimento, os produtos tinham qualidade e um valor acessível", diz. Ele amadureceu a ideia de abrir uma franquia após assistir uma palestra online do fundador da Cacau Show, Alexandre Costa.
Com investimento inicial de R$ 140.000, a loja de 26 metros quadrados da Cacau Show foi inaugurada em Marabá, no interior do Pará, em dezembro de 2009. A novidade na época de Natal chamou atenção da população local. Em poucos dias, o estoque acabou.
"No dia 25 de dezembro não tínhamos nada para vender na loja e enfrentamos problemas logísticos, ficamos quase 30 dias sem mercadoria", relembra.
Santos não deixou o emprego num primeiro momento. A primeira loja foi gerida pela esposa. A segunda unidade, em Redenção, no Pará, foi inaugura cerca de um ano depois e ficava sob os cuidados da irmã.
"Desde o início percebi que precisava de uma pessoa de confiança dentro da loja", diz o franqueado.
Foi em sociedade com familiares e pessoas próximas que Santos viu o número de lojas crescer gradualmente. Em 2013, ele inaugurou uma loja no shopping de Marabá e deixou o emprego para se dedicar as franquias. "A partir daquele momento eu consegui sair do emprego sem prejudicar minha renda familiar".
O repasse de unidades também fez parte da trajetória de Santos na Cacau Show. Ele adquiriu algumas unidades que não estavam performando bem na região com investimento inicial inferior. "Eu sabia o potencial das lojas e sabia fazer uma boa gestão, então eu assumi algumas operações de outros franqueados que não performavam tão bem", diz.
Em 2020, ele tinha nove unidades em municípios do Pará e do Maranhão. Todas as lojas fecharam por conta da pandemia e tiveram que se adaptar rapidamente ao delivery para seguir operando.
"Foi o momento mais desafiador que enfrentei. Muitas pessoas dependiam das lojas e tivemos que nos adaptar rapidamente", diz.
Assim como a Cacau Show, Santos acelerou a abertura de lojas a partir de 2021, quando a marca decidiu criar um modelo de loja mais enxuto e com investimento inicial inferior ao praticado nos demais modelos. É possível abrir uma loja contêiner com R$ 65.000.
A loja contêiner foi oferecida primeiro aos franqueados que já estavam na rede. Santos viu ali a oportunidade de abrir unidades em novos municípios.
Em 2020 eram nove lojas. No ano seguinte, quatorze. Depois 20 e 23, respectivamente. O maior número de inaugurações aconteceu este ano, quando sete unidades foram inauguradas.
Com sete sócios, entre irmã, sobrinho e ex-funcionários, o empreendedor tem 30 operações em sete cidades no Maranhão e dez cidades no Pará. Do total de unidas, 13 são do modelo de contêiner.
"Nunca tive a pretensão de ser o maior franqueado, mas vi a oportunidade de abrir novas lojas, ter novos sócios e empregar mais pessoas", diz.