Eike Batista, dono da OGX: descoberta de gás pode reduzir dependência da Bolívia (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
São Paulo - Quando se atinge o posto de o homem mais rico do Brasil, deve ser difícil encontrar motivos para ficar verdadeiramente exultante. Mas, nesta quinta-feira (12/8), o empresário Eike Batista foi presenteado com um. A OGX Maranhão, uma parceria entre duas de suas companhias (a MPX e a OGX), anunciou a descoberta de uma grande reserva de gás natural no estado. Segundo Eike, as reservas equivalem "a meia Bolívia".
Os estudos técnicos mostram que a reserva seria capaz de fornecer 15 milhões de metros cúbicos por dia de gás. Trata-se de metade do que o país compra hoje dos bolivianos. Pelo Gasoduto Brasil-Bolívia, com 2.130 quilômetros, passam diariamente 30 milhões de metros cúbicos de gás.
Segundo Eike, a descoberta é tão relevante, que ele fez questão de ligar pessoalmente para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comunicá-la. Falando a jornalista, o empresário também não se absteve de alfinetar o presidente boliviano, Evo Morales, ao declarar que a descoberta de gás no Maranhão seria uma espécie de "troco" pelos problemas causados por Evo no passado.
Dando o troco
Em 2006, Eike retirou uma de suas empresas, a EBX, da Bolívia, após o presidente boliviano afirmar que ele não tinha licença para operar uma siderúrgica na qual já havia investido 60 milhões de dólares em dois dos quatro alto-fornos que o projeto previa.
Já o diretor-geral da OGX, Paulo Mendonça, observou que a descoberta maranhense "abre uma nova fronteira exploratória em uma bacia terrestre, fato que não ocorria há aproximadamente duas décadas no Brasil." Nesse período, as explorações de petróleo e gás concentraram-se em alto mar e culminaram com a descoberta das reservas do pré-sal pela Petrobras.
Atualmente, o Brasil consome 60 milhões de metros cúbicos diários de gás natural. Por isso, o contrato de fornecimento boliviano adquiriu um peso enorme para a economia brasileira, já que representa metade da demanda. Reduzir a dependência do gás vizinho é algo que muitos especialistas vêm defendendo. E a descoberta de Eike seria um passo concreto nessa direção.
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