Negócios

Eike Batista estuda entrar no mercado de fertilizantes

Empresário revelou que poderá atuar em conjunto com a Vale no setor

Transporte de fertilizante: Eike defende que o país aumente a produção (Rogério Montenegro/EXAME)

Transporte de fertilizante: Eike defende que o país aumente a produção (Rogério Montenegro/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2011 às 15h11.

Rio de Janeiro - A descoberta de pelo menos meia Bolívia em gás natural na bacia do Parnaíba, no Maranhão, está levando o empresário Eike Batista a procurar novos mercados para o insumo além das usinas térmicas, informou o presidente do grupo EBX.

O grupo pretende entrar no negócio de fertilizantes em parceria com algum player do setor, como a Vale, disse Eike Batista nesta segunda-feira após palestra em evento no Rio.

A reação do gás natural com nitrogênio resulta na amônia, insumo usado na produção dos fertilizantes nitrogenados. Aumentar a produção de fertilizantes é uma preocupação do governo brasileiro, já que o País importa a maior parte do que consome, e a tendência é aumentar a demanda, juntamente com a produção de alimentos.

"Cada vez que se encontra mais gás, tem que se procurar mais mercado também", afirmou. "Felizmente, (o Maranhão) é uma região que, para agricultura, é propícia fazer usina de (fertilizantes) nitrogenados", acrescentou Batista.

Além de fertilizantes, Eike quer que sua empresa de petróleo, OGX, seja fornecedora de gás para outros projetos da Vale, como as novas siderúrgicas que a companhia pretende construir, uma no Ceará e outra no Pará.

Segundo o empresário, "a Vale pode precisar de gás para a industrializar alguns minérios na região". Ele lembrou que a companhia também tem produção de bauxita, que a partir de um intenso consumo de energia elétrica é transformada em alumínio.

A OGX anunciou descobertas de 15 trilhões de pés cúbicos na região no ano passado. Em julho, a empresa comunicou uma nova descoberta e obteve licença ambiental para duplicar seu projeto de térmicas ao longo da bacia do Parnaíba, num total de 3,7 mil megawatts licenciados.

Produção

Prestes a produzir o primeiro óleo, a OGX está próxima de assinar contrato de fornecimento do produto, sinalizou o empresário. "Falo sobre isso em 7 de outubro", disse, ao ser indagado sobre o destino de sua produção de petróleo, prevista para começar entre outubro e novembro.

A produção vai começar na acumulação de Waimea, na bacia de Campos, onde o potencial será extrair 40 mil barris por dia, passando a 50 mil barris por dia em 2012.

Eike estima que a companhia em 2020 será capaz de gerar exportações da ordem de 60 bilhões de dólares, se o petróleo da OGX for todo vendido no exterior.

Ele lembrou ainda que espera obter autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para explorar petróleo e gás em áreas mais complexas das que opera atualmente. Para explorar o pré-sal, a empresa de Eike precisa dessa autorização.

O empresário falou no encontro Econômico Brasil-Alemanha, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no Píer Mauá.

Acompanhe tudo sobre:EBXEike BatistaEmpresáriosEmpresasGás e combustíveisIndústria do petróleoMMXOGpar (ex-OGX)OSXPersonalidadesPetróleo

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'