EIKE BATISTA: o empresário Eike Batista deverá pagar uma fiança de 52 milhões de reais se quiser permanecer em prisão domiciliar / Fred Prouser / Reuters (Fred Prouser/Reuters)
Karin Salomão
Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 12h31.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2018 às 12h39.
São Paulo - Eike Batista está de volta, pelo menos nas redes sociais. O empresário criou um canal no YouTube e uma conta no Instagram, para "falar da minha visão do que vai acontecer no Brasil como um todo, no Rio de Janeiro e minha leitura do fenomenal crescimento do petróleo pré-sal, que vai ser um grande motor do desenvolvimento do Brasil".
O objetivo, segundo o dono do grupo EBX, é mostrar a "vocês, investidores e empreendedores, o quanto vale a pena pensar em investir agora no Brasil".
O ex-bilionário prometeu um vídeo por semana e pretende falar sobre os seus projetos, que segundo ele "são legados", e "o quanto devem gerar de riqueza para o Brasil".
Ele também criou uma conta no Instagram. Em uma de suas primeiras postagens, ele agradece pelo carinho de seus seguidores e diz que "estou de volta e vou falar dos nossos projetos transformacionais para o nosso Brasil".
Batista chegou a ser o homem mais rico do Brasil e chegou a ser o sétimo maior bilionário do mundo. Suas empresas batizadas com a letra "X" ocupavam setores como mineração, energia, petróleo, logística e construção naval.
Ele viu seu império ruir quando os resultados prometidos por suas companhias não chegaram e as dívidas se acumularam.
O empresário também é investigado pela Operação Lava Jato, denunciado por dois doleiros. Ele foi acusado de pagar 16,5 milhões de dólares ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, por meio de uma conta no Panamá. O dinheiro teria sido desviado de obras públicas.
Em novembro de 2015, foi proibido de ocupar os cargos de administrador ou de conselheiro fiscal em empresas de capital aberto por cinco anos. Já em janeiro de 2017, teve sua prisão preventiva decretada pela Polícia Federal na operação Eficiência, divisão da Lava Jato.
O empresário responde ao processo por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa em liberdade após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conceder habeas corpus, em abril de 2017.
A OGX passou quatro anos em recuperação judicial, para reestruturar sua dívida de 13,8 bilhões de reais - o processo foi encerrado em agosto do ano passado. Algumas companhias do grupo fecharam fábricas e encerraram operações, enquanto outras foram vendidas a grupos de investimentos.