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EDP sonda Eletrobras para comprar fatias em hidrelétricas

A EDP é sócia de Furnas, subsidiária da Eletrobras, na hidrelétrica de Peixe Angical, no TO, e na usina de São Manoel, que está em construção no norte

Eletrobras e EDP Brasil são parceiras (Nadia Sussman/Bloomberg)

Eletrobras e EDP Brasil são parceiras (Nadia Sussman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 27 de julho de 2017 às 11h40.

São Paulo - A EDP Energias do Brasil já manifestou à Eletrobras o interesse em comprar fatias da estatal em hidrelétricas nas quais as empresas são parceiras, caso os ativos sejam colocados à venda, disse nesta quinta-feira o presidente da companhia, Miguel Setas, ao participar de evento com jornalistas para comentar os resultados do 2º trimestre.

"Se a Eletrobras for vendedora, gostaríamos de comprar essas participações. Já fizemos chegar essa mensagem à administração da Eletrobras", disse Setas.

A EDP é sócia de Furnas, subsidiária da Eletrobras, na hidrelétrica de Peixe Angical, no Tocantins, e na usina de São Manoel, que está em construção na região Norte do país, com 700 megawatts em capacidade.

Segundo Setas, a EDP Brasil também avalia novos investimentos no setor de transmissão de energia, mas não tem estudado uma possível aquisição de ativos das espanholas Abengoa e Isolux, que passaram por crises financeiras e buscam vender seus negócios no Brasil.

Ele afirmou ainda que a EDP Brasil foi sondada pela estatal mineira Cemig, que busca vender sua controlada Light, a qual tem ativos de geração e é responsável pela distribuição de eletricidade na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Segundo ele, a companhia vai avaliar a oportunidade de aquisição da Light, mas a princípio o negócio não parece ser uma das prioridades para a elétrica.

"Essa não é a única oportunidade que existe de crescimento nesse segmento de distribuição", disse Setas.

Questionado pelos jornalistas sobre um eventual interesse da EDP Brasil no leilão de privatização da estatal paulista Cesp ou na licitação pelo governo da concessão de hidrelétricas da Cemig, Setas disse que esses ativos também não estão entre os que parecem mais atrativos para a companhia.

De acordo com Setas, a EDP Brasil tem maior foco na busca por oportunides de novos projetos hidrelétricos, que envolvam a construção das usinas, e não em ativos já operação, caso das usinas da Cemig e da Cesp.

Seguro contra défict

A EDP Brasil praticamente dobrou sua parcela de energia descontratada, para 16 por cento de seu portfólio, ante 9 por cento no primeiro trimestre, para se proteger de eventuais riscos com uma menor geração hidrelétrica esperada para este ano, destacou Setas.

Quando as hidrelétricas geram abaixo do previsto, seus donos precisam comprar energia no mercado para cumprir os contratos. A energia descontratada funciona como um "seguro" para esses casos.

"Fizemos essa cobertura à medida que vimos que o déficit ia ficar mais profundo...somos agora uma das companhias mais protegidas", disse Setas.

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