Camisas da Dudalina: a empresa estuda implementar unidades em países como Alemanha, Áustria, Itália, Reino Unido, Rússia e Austrália (Fabio Mangabeira / Veja São Paulo)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2013 às 08h34.
São Paulo - Depois de transformar sua marca com a criação da linha de camisas femininas, em 2010, a catarinense Dudalina está agora também se voltando para o exterior. A empresa abriu, na última quinta-feira, 21, sua primeira franquia fora do País, na Cidade do Panamá, uma das regiões de maior concentração de turistas estrangeiros no mundo, conhecida como Dubai Latina.
Localizada em um shopping do centro da capital panamenha, a loja é o segundo passo da empresa em terras estrangeiras. A companhia já havia inaugurado uma shop-in-shop (loja dentro de uma loja maior) e um showroom em Milão, em 2012, em espaço dividido com a AD56, de gravatas - cujo dono, Gianni Asnaghi, já era um dos fornecedores da brasileira.
O empresário, aliás, é figura central na expansão da Dudalina. A loja no Panamá foi viabilizada a partir de um contato dele. Asnaghi está fazendo ainda o meio de campo para conversas da Dudalina para unidades em países como Alemanha, Áustria, Itália, Reino Unido, Rússia e Austrália.
O italiano representa uma pequena parte da rede influente de parceiros da qual a Dudalina vem se cercando. A marca não aceita, por exemplo, franqueado que quer simplesmente abrir loja para a esposa, diz a presidente da empresa, Sônia Hess de Souza. Tem de comungar com os nossos valores.
Para o consumidor final, a influência da marca chega pela televisão. A flor de lis, ícone da Dudalina, veste repórteres e apresentadores de diversos telejornais. Individual e Base, as outras marcas do grupo, aparecem nas novelas da Globo.
Trata-se de uma estratégia comercial agressiva que tem feito a Dudalina crescer. A empresa vai encerrar 2013 com 93 lojas (59 próprias e 34 franquias), 3,5 mil pontos de venda multimarcas pelo País e faturamento de R$ 515 milhões, valor quatro vezes superior ao de 2009. A meta é alcançar R$ 1 bilhão em 2016.
A companhia virou um caso de sucesso pelo fato de ter crescido vendendo um só produto e de, num segundo momento, apostar no segmento feminino. Quando a gente entrou nesse mercado, foi um boom porque não há no mundo empresa especializada em camisas femininas pensadas anatomicamente para a mulher, conta Sônia.
A decisão de atender um nicho desamparado deu resultado. Em apenas três anos, a linha feminina responde por 35% do faturamento da empresa. Além de trazer receita, ela colaborou para ampliar o leque de possibilidades da linha masculina. As cores alegres passaram a ser valorizadas pelos homens, diz Sônia.
Isso contribui para dar à Dudalina o status de grife. A média de preço para uma camisa feminina é de R$ 299, mas pode chegar a R$ 699 para modelos em seda. A versão masculina custa, em geral, R$ 319; a mais sofisticada sai por R$ 749.
Um dos desafios da companhia é ir além das camisas, pois a aura em torno de um único produto pode desaparecer. Encontrar oportunidades secundárias, diz o consultor em moda Edson DAguano, foi o caminho de marcas como Carmen Steffens, que passou a vender roupas, e Armani, que hoje tem móveis e objetos para casa.
A Dudalina, ao que Sônia indica, está preparada para este passo. A empresa já desenvolve peças como saias, calças, regatas e tricôs. Veja: hoje eu não estou de camisa, diz Sônia. Durante a entrevista, a empresária vestia blusa de mangas rendadas, com a flor de lis em cristais Swarovski. Além disso, serviu água num copo com a marca. Um projeto para a Dudalina Casa? É um segmento que um dia pode ter certeza que vou entrar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.