Kikukawa, de 70 anos, renunciou em meio à inquietação da companhia 'pelas preocupações e inconvenientes' causadas aos clientes e acionistas pela mudança na Presidência (Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2011 às 12h40.
Tóquio - O presidente da fabricante japonesa Olympus, Tsuyoshi Kikukawa, empresa que atua no mercado de imagens, incluindo câmeras digitais e soluções para a área médica, apresentou nesta quarta-feira sua renúncia em meio a uma polêmica pelas acusações de supostos pagamentos irregulares feitos entre 2006 e 2008.
Kikukawa deixou seu posto menos de duas semanas depois de assumir o cargo após a fulminante destituição de seu antecessor, o britânico Michael Woodford, quem acusou a companhia de irregularidades em operações de aquisição.
Olympus anunciou que Kikukawa será substituído no cargo por Shuichi Takayama, de 61 anos e até agora vice-presidente do grupo.
A fabricante japonesa indicou em 14 de outubro que a saída de Woodford, o primeiro presidente não japonês na história da companhia, ocorreu por divergências sobre 'a direção e o método de gestão', já que o britânico não 'conseguiu superar a barreira cultural do Japão'.
O próprio Woodford, no entanto, denunciou que sua demissão ocorreu depois de questionar certos pagamentos relacionados a aquisições anteriores a sua chegada à Presidência.
Woodford foi substituído por Kikukawa, de 70 anos, quem nesta quarta-feira anunciou sua renúncia, em meio à inquietação da companhia 'pelas preocupações e inconvenientes' causadas aos clientes e acionistas pela mudança na Presidência, segundo um comunicado divulgado no site do jornal econômico 'Nikkei'.
Entre os pagamentos questionados pelo diretor britânico estão os 690 milhões de euros em aquisições de pequenas empresas, além de uma exorbitante comissão superior a 490 milhões de euros por uma assessoria relativa a uma compra em 2008.
O escândalo fez com que as ações da Olympus caíssem na Bolsa de Valores de Tóquio. Após a destituição de Woodford os papéis perderam mais da metade de seu valor.
Em 13 de outubro, um dia antes de o escândalo estourar, os títulos da Olympus custavam 2.482 ienes. Nesta quarta-feira estão cotados a 1.099 ienes por ação.