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Dona da marca Cori disse desconhecer trabalho escravo

Foram encontrados documentos ligando a Gep à oficina de costura, que seria "quarteirizada", porque entre as duas empresas havia ainda a fornecedora Silobay


	Trabalho escravo: Bezerra disse ainda que só em São Paulo há 400 mil imigrantes da região andina dos quais dois terços se encontram em situação de clandestinidade
 (Bianca Pyl / Repórter Brasil)

Trabalho escravo: Bezerra disse ainda que só em São Paulo há 400 mil imigrantes da região andina dos quais dois terços se encontram em situação de clandestinidade (Bianca Pyl / Repórter Brasil)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2013 às 16h12.

São Paulo - O presidente da Gep Indústria e Comércio, dona das marcas de moda feminina Cori, Emme e Luigi Bertolli, Nelson Volpato, negou o uso de trabalho escravo na cadeia produtiva da empresa.

Em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo nessa quarta, 17, o executivo disse que desconhecia que sua fornecedora, a empresa Silobay, contratava uma oficina de costura onde 27 bolivianas viviam em regime semelhante ao de escravidão.

Na sessão, um vídeo do Ministério do Trabalho mostrou o flagrante, feito no mês passado, durante operação conjunta com o Ministério Público e a Receita Federal, das péssimas condições do lugar onde as costureiras trabalhavam e moravam.

No local, havia extintores vencidos, ligações elétricas improvisadas, alimentos humanos misturados a alimentos caninos, entre outras condições degradantes, como servidão por dívida.

Foram encontrados documentos ligando a Gep à oficina de costura, que seria "quarteirizada", porque entre as duas empresas havia ainda a fornecedora Silobay.

O deputado estadual Carlos Bezerra (PSDB) disse que os delitos e as desculpas das empresas do ramo têxtil são muito parecidos entre si, e lembrou que a empresa Zara, acusada do mesmo delito, também usou como desculpa o desconhecimento de que havia trabalho escravo no seu processo produtivo.

Bezerra disse ainda que só em São Paulo há 400 mil imigrantes da região andina dos quais dois terços se encontram em situação de clandestinidade. O sweat shop (como é chamado esse tipo de atividade) é uma modalidade de trabalho que acontece em ambientes insalubres, onde as pessoas trabalham por longos períodos e ganham muito mal. "É a chaga do nosso tempo", afirmou.

Em nota divulgada em seu site, a Gep repudia a tentativa de responsabilização da empresa pelo ocorrido e informa que prestou auxílio imediato às trabalhadoras. Na Assembleia, o presidente da empresa reforçou que vai cumprir não só o que determina o termo de ajustamento de conduta, como vai também contratar uma auditoria internacional para acompanhar e fiscalizar representantes e fornecedores da companhia.

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