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Dona da Amil, UnitedHealth se prepara para vender toda operação no Brasil

Segundo fontes, Rede D'Or seria o maior interessado nos ativos, mas não ficaria com planos de saúde

Planos de saúde (BrianAJackson/Thinkstock)

Planos de saúde (BrianAJackson/Thinkstock)

AO

Agência O Globo

Publicado em 14 de janeiro de 2022 às 19h08.

A americana UnitedHealth Group, dona da Amil, pretende deixar o país. A companhia pediu para o banco BTG avaliar potenciais compradores para todas as suas operações no Brasil, que inclui, além da operadora, uma rede de hospitais e clínicas médicas, dizem fontes a par do processo. Outras instituições financeiras de renome nacional também já participam do negócio.

O último entrave para o venda acontecesse foi tirado do caminho: a negociação da deficitária carteira de planos individuais da Amil, com 337 mil usuários, que passou a ser operada pela APS (Assistência Personalizada à Saúde) a partir de 1º de janeiro. A UnitedHealth desembolsou R$ 3 bilhões, segundo fontes, para capitalizar a operadora paulista que também faz parte do grupo mas, até então, tinha apenas 11 mil clientes, via veículo de investimento Fiord Capital.

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Além da Amil que tem uma carteira de 5,7 milhões de usuários, 15 hospitais e 53 centros ambulatoriais, a UnitedHealth contro o Américas Serviços Médicos que contabiliza16 hospitais e 41 clínicas médicas, distribuídos em seis estados brasileiros, com uma estrutura que soma 2.332 leitos e mais de 17 mil profissionais.

De acordo com essas fontes, um dos maiores interessados nos ativos da UnitedHealth seria a Rede D´Or, maior rede de hospitais privados país.

A ideia inicial seria que a rede comprasse todos os ativos da Amil e já negociasse a venda da carteira dos planos de saúde para outras operadoras.

Segundo essa fonte, seria uma espécie uma triangulação, “compra tudo, mas com uma parte já vendida”. Ou seja, a ideia é que a Rede D’Or fique com os hospitais e negocie a carteira dos planos de saúde.

A concentração do mercado hospitalar que essa negociação provoaria pode ser um entrave para aprovação no Cade. Isso porque em alguns locais como Rio e Distrito Federal Amil e Rede D’Or teriam juntas quase 100% de participação de mercado entre os hospitais considerados de nível de médio e alta complexidade.

A Rede D’Or, no entanto, não é a única interessada nos ativos do UnitedHealth.

No caso dos hospitais, além da Rede D´Or, outros grupos como a Dasa (dona da rede Ímpar, controlada pela família Bueno, fundadora da Amil), Hospital Mater Dei e Hospital Care, rede Alliar (que tem Nelson Tanure como acionista) também podem entrar na disputa.

Segundo fontes do mercado, a Dasa estaria tentando trazer para os seu quadros uma executiva da área atuarial de uma das maiores operadoras do setor, o que poderia indicar que o grupo também teria interesse em voltar a ter a operação do plano de saúde.

O UnitedHealth Grupo já teria sondado o interesse de Bradesco, SulAmérica e Hapvida, além de administradoras, em adquirir a carteira da Amil.

Haveria, completou outra fonte, uma possibilidade de vender separadamente a operadora e o grupo que administra hospitais e clínicas.

Na avaliação de fontes do mercado os ativos da Amil são importantes, pois vai permitir dar escala a quem comprar. "O nome do jogo em saúde é escala e sinergias. Quanto mais sinergias conseguir, mais importante é a operação", explicou essa fonte.

Na avaliação de um executivo do setor, o mercado brasileiro é muito desafiador para empresas estrangeiras. Ele aponta além da insegurança jurídica, uma cultura diferente na forma de fazer negócio. Ele lembra que várias já tentaram operar no Brasil e saíram, como a Cigna, que vendeu a operadora Amico, de planos de saúde para classe média, para própria Amil.

Procuradoras Rede D'Or e Dasa não quiserem se manifestar.

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