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Dólar reduziu nosso lucro, dizem Delta, Mattel e Whirlpool

Empresas que culparam a valorização do dólar pelos bilhões perdidos em receita no primeiro semestre do ano estão sinalizando que a tendência não está melhorando


	Notas de dólar: dólar ficou cerca de 17 por cento mais forte no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de um ano antes
 (Mark Wilson/AFP)

Notas de dólar: dólar ficou cerca de 17 por cento mais forte no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de um ano antes (Mark Wilson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2015 às 17h48.

As empresas americanas que culparam a valorização meteórica do dólar pelos bilhões perdidos em receita no primeiro semestre do ano estão sinalizando que a tendência não está melhorando.

A Delta Air Lines Inc. disse neste mês que os prejuízos sobre as receitas denominadas em ienes custaram à empresa US$ 55 milhões.

A fabricante de brinquedos Mattel Inc. disse que as adversidades cambiais foram a causa primária de seu lucro fraco no terceiro trimestre.

E a Whirlpool Corp. disse em 23 de outubro que o dólar mais forte reduzirá a receita de 2015 em mais de US$ 2,5 bilhões. Duas em cada três companhias do Standard Poor’s 500 Index que reportaram lucros até 22 de outubro mencionaram o dólar forte ou problemas relacionados ao câmbio em teleconferências com analistas e investidores.

O dólar ficou cerca de 17 por cento mais forte no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de um ano antes, maior incremento em mais de uma década, o que leva a preços mais elevados e menos competitivos para as empresas dos EUA que buscam vender seus produtos no exterior. As empresas também sofrem um impacto quando contabilizam receitas denominadas em moedas estrangeiras mais fracas, a menos que tenham feito hedge para essa exposição.

As empresas norte-americanas perderam cerca de US$ 46 bilhões devido às turbulências cambiais no primeiro semestre do ano, segundo um relatório de setembro da FiREapps, uma empresa com sede em Scottsdale, no Arizona, EUA, que assessora empresas e produz softwares para ajudar a reduzir o efeito das oscilações cambiais. O CEO Wolfgang Koester disse esperar que os resultados do terceiro trimestre reflitam, em grande parte, as tendências observadas durante o primeiro semestre.

“O dólar é uma muleta”, disse Scott Wren, estrategista global sênior de ações do Wells Fargo Investment Institute em St. Louis. “Não tivemos uma grande temporada de lucros até aqui e provavelmente continuaremos assim. Os lucros operacionais provavelmente permanecerão estáveis -- ou pouco abaixo ou pouco acima --, então você procura bodes expiatórios”.

Força do dólar

Mais da metade das 173 empresas do S&P 500 Index que reportaram os resultados do trimestre ficaram abaixo das expectativas de vendas dos analistas.

O Bloomberg Dollar Spot Index, que monitora a moeda americana contra 10 pares importantes, ficou em uma média de 1.204,89 no terceiro trimestre, contra 1.027,71 um ano antes. O indicador caía 0,4 por cento às 12h52, pelo horário de Nova York. Uma análise do Federal Reserve deste ano indicou que quando o dólar se valoriza 10 por cento, os lucros obtidos pelas subsidiárias estrangeiras das empresas americanas caem 4 por cento.

Durante o terceiro trimestre, o dólar estava 17 por cento mais forte em relação à moeda do Japão na comparação com o mesmo período do ano passado. O movimento, combinado com as sobretaxas ao combustível, prejudicou a receita da unidade Pacific da Delta Air Lines, que caiu 12,7 por cento.

Peso cambial

A Delta, que tem sede em Atlanta e foi assolada pela fraca demanda do exterior e pela ascensão das empresas aéreas de baixo custo dos EUA, registrou lucros no terceiro trimestre, excluindo alguns itens, de US$ 1,74 por ação, superando a média de US$ 1,72 de 15 estimativas compiladas pela Bloomberg. Um porta-voz da Delta preferiu não comentar nada além do comunicado de lucros.

“O assunto cambial é uma questão importante para toda empresa de consumo dos EUA que vende no exterior”, disse o CEO da Delta, Richard Anderson, em entrevista à Bloomberg Television no dia 14 de outubro.

Na Mattel, as vendas internacionais, que respondem por quase metade de sua receita, caíram 19 por cento em relação ao mesmo trimestre do ano passado, com o maior declínio vindo da América Latina, onde as vendas tiveram uma queda de 29 por cento. O lucro da Mattel, que tem sede en El Segundo, na Califórnia, EUA, no terceiro trimestre foi de US$ 0,71 por ação, excluindo alguns itens, abaixo das estimativas de US$ 0,79 dos analistas. Representantes da Mattel não responderam aos pedidos de comentário.

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