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Diretor-geral do HSBC se explica sobre conta na Suíça

Esse é um novo capítulo constrangedor para o banco britânico, atingido em cheio pelo escândalo SwissLeaks


	Stuart Gulliver: ele foi pressionado pelas perguntas dos jornalistas sobre a conta que ele abriu na Suíça em 1998
 (Laurent Fievet/AFP)

Stuart Gulliver: ele foi pressionado pelas perguntas dos jornalistas sobre a conta que ele abriu na Suíça em 1998 (Laurent Fievet/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 07h46.

Londres - O diretor-geral do HSBC, Stuart Gulliver, se viu obrigado nesta segunda-feira a dar explicações sobre sua conta na Suíça, um novo capítulo constrangedor para o banco britânico, atingido em cheio pelo escândalo SwissLeaks.

A tempestade não parou, duas semanas após o início do escândalo "SwissLeaks".

Os grandes meios de comunicação internacionais trouxeram à tona os 180,6 bilhões de euros de pessoas ricas de todo o mundo depositados em contas do banco na Suíça entre o fim de 2006 e o início de 2007 para evitar o pagamento de impostos.

O exercício de apresentação das contas anuais do grupo se transformou nesta segunda-feira em um difícil momento de explicações para Gulliver, pressionado pelas perguntas dos jornalistas sobre a conta que ele abriu na Suíça em 1998, e cuja existência foi revelada no domingo pelo jornal The Guardian.

"Pago os impostos britânicos sobre todas as minhas receitas mundiais (...). E não acredito que tenha afetado de nenhuma maneira minha capacidade" para dirigir o grupo, disse Gulliver.

Segundo o jornal londrino, esta conta abrigaria os prêmios recebidos por Gulliver, então expatriado em Hong Kong, avaliados em 7,6 milhões de dólares (6,7 milhões de euros) em 2007.

O diretor-geral declarou que esta estrutura, que o grupo se negou a esclarecer se seguia em vigor, foi ativada naquele momento para garantir a confidencialidade de sua remuneração em relação aos seus colegas de Hong Kong.

Ainda assim, esta nova revelação afeta a figura de Gulliver, que multiplicou as promessas de reforma e de boa conduta em nome do HSBC, gigante mundial baseado em Londres e que celebrará seu 150º aniversário neste ano com seus 266.000 funcionários.

Por outro lado, o diretor-geral do HSBC reconheceu nesta segunda-feira que o banco havia retirado sua publicidade dos meios de comunicação que lhe dedicaram uma cobertura hostil e considerou que esta ação "não tem nada a ver com a pretensão de influenciar a cobertura editorial de ninguém".

"Recorremos à publicidade para vender mais produtos bancários. Não tem nenhum sentido colocar um anúncio ao lado de uma cobertura jornalística hostil", declarou Gulliver.

Este escândalo constitui o último episódio de uma série de casos que obrigaram o primeiro banco europeu a pagar bilhões de dólares em multas e retificações em vários países, principalmente no Reino Unido e nos Estados Unidos, relacionadas a vários casos problemáticos.

Combinados com a queda das receitas de liquidez ligadas às cessões de seus ativos, em comparação com as de 2013, os caros procedimentos provocaram uma queda de 15% dos lucros líquidos do HSBC em 2014, a 13,7 bilhões de dólares (12 bilhões de euros).

Objetivos financeiros reduzidos

Para além das investigações que afetam sua reputação, o HSBC avisou que sua atividade pode ser afetada neste ano "devido ao amplo leque de incertezas e desafios" que pairam sobre a economia mundial, depois de ter visto seu volume de negócios cair 5,3% em 2014, a 61,2 bilhões de dólares (53,8 bilhões de euros).

Devido às mudanças que estão ocorrendo no setor financeiro, o HSBC reduziu seus objetivos financeiros no médio prazo.

Nesta segunda-feira, o título do HSBC caiu 4,63% na bolsa de Londres, em um mercado estável.

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