Pátio de estocagem de minério de ferro da Vale: expectativa para os próximos anos é de uma faixa de crescimento da demanda de 3% a 3,5% (Dario Zalis/AGÊNCIA VALE)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2013 às 17h19.
São Paulo - O diretor-executivo de Ferrosos e Estratégia da Vale, José Carlos Martins, afirmou nesta quinta-feira, 07, que todos os anos há uma necessidade de adição de uma capacidade de 100 milhões de minério de ferro no mercado.
Segundo o executivo, essa necessidade ocorre por conta de maior demanda e também por conta de exaustão de minas. "Eu me coloco do lado dos otimistas e estou sempre sendo surpreendido. A minha expectativa para os próximos anos é de uma faixa de crescimento da demanda de 3% a 3,5% e além do crescimento da demanda tem a questão da exaustão das minas, outros 3% a 4%", disse Martins.
"É uma S11D (Serra Sul) por ano de capacidade adicional que é necessária no mercado", concluiu Martins, destacando que sua visão para o futuro é "relativamente otimista", tanto em relação à demanda quanto em termos de equilíbrio de mercado.
Navios
Quanto à decisão sobre o futuro dos navios de propriedade da Vale, como os supergraneleiros Valemax, Martins disse que ela vai ocorrer em função da vantagem financeira envolvida no processo. "Nós podemos arrendar. É uma questão de cálculo financeiro. Onde adquirir navio é melhor, vamos adquirir. Onde for melhor arrendar do que adquirir, vamos arrendar. Temos total liberdade para fazer uma coisa ou outra", destacou o executivo.
Ainda segundo Martins, neste momento a empresa tem procurado trabalhar com armadores. "Isso não significa transferir a propriedade dos navios. Os armadores podem entrar apenas como operadores", disse o executivo.
Na semana passada a Vale assinou um acordo com a Shandong Shipping Corp. para a empresa chinesa operar quatro grandes navios de carga. O contrato faz parte de um acordo estratégico de cooperação no transporte de minério de ferro. A Vale entregou a operação dos quatro navios, com capacidade de transporte de 400 mil toneladas, a uma aliança liderada pela Shandong Shipping. Martins não forneceu mais detalhes sobre a negociação e citou que a mesma está protegida por cláusulas de confidencialidade.
O executivo disse, no entanto, que outros acordos como o feito como a chinesa deverão ocorrer no futuro. "Estamos desenvolvendo nossa estratégia atraindo armadores", disse. "Queremos transferir nossa frota para armadores, principalmente chineses que até agora não estavam trabalhando junto com a gente e a Shandong Shipping é a primeira delas."
Martins destacou que a entrada de navios na China necessita respeitar a legislação vigente do país, que restringe a entrada de navios com capacidade acima de 350 milhões de toneladas. "A Shandong Shipping vai operar para nós na situação que estiver vigente no momento e vai operar para os portos que podem recebê-lo. Se no futuro recebermos autorização para ir para a China, ela (Shandong Shipping) certamente irá operar nesse trajeto."