(BRF/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de março de 2017 às 13h34.
Última atualização em 18 de março de 2017 às 16h41.
São Paulo - A Polícia Federal (PF) prendeu um executivo da BRF, neste sábado, envolvido na denúncias da operação Carne Fraca, deflagrada na véspera para desarticular uma organização criminosa envolvendo fiscais agropecuários federais e cerca de 40 empresas, entre elas as gigantes JBS e BRF, com fraudes na fiscalização sanitária de carnes.
Roney Nogueira, gerente de Relações Institucionais e Governamentais da BRF, entregou-se à polícia para questionamentos no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, de acordo com um porta-voz da BRF.
A empresa, junto com a JBS, faz parte da uma grande indústria de processamento de carne que, em anos recentes, tornou o Brasil um dos maiores exportadores do produto do mundo.
A polícia buscou Nogueira, que retornava ao Brasil da África do Sul, porque ele supostamente discutiu propinas com inspetores sanitários, inclusive um que ajudou a prevenir o fechamento de uma fábrica em Goiás, de acordo com os documentos da Justiça.
A polícia informou na sexta-feira que as batidas foram motivadas por evidências de que empresas pagaram inspetores e políticos para ignorar o processamento de carne podre e exportadores com documentações fraudulentas e até mesmo traços de salmonella.
Também neste sábado, a JBS e a BRF lançaram uma ofensiva de relações públicas para defender a integridade de suas práticas e desviar atenção da crise que ameaça uma indústria de 12 bilhões de dólares anuais em exportações.
Em e-mail, uma porta-voz da JBS disse que os anúncios, que também foram colocados em rádios e televisões, seriam veiculados em 27 tipos diferentes de veículos de imprensa até segunda-feira. A empresa não respondeu qual o custo da campanha.