Bomba de combustível: desde 2012 veículos pesados fabricados no país passaram a usar um novo motor que opera preferencialmente com o diesel S-10 (Mark Renders/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2014 às 14h17.
Rio de Janeiro - Com a perspectiva de renovação da frota de veículos pesados no Brasil nos próximos anos, a tendência é que o diesel S-500, atualmente mais barato e mais poluente, perca espaço para o S-10, mais caro e com menor teor de enxofre, disse um executivo da Petrobras nesta terça-feira.
Os veículos pesados mais antigos usam basicamente o combustível mais poluente e mais barato.
Mas desde 2012 veículos pesados fabricados no país passaram a usar um novo motor que opera preferencialmente com o diesel S-10 --atualmente, a estatal comercializa dois tipos de combustível.
"A tendência é essa (de um diesel mais caro) e menos poluente. Mas tem que ver como vai ser a política de preços da companhia", disse a Reuters o gerente de soluções comerciais e desenvolvimento de produtos do Abastecimento da Petrobras, Frederico Kremer, após evento no Rio de Janeiro.
No longo prazo, os veículos novos apresentam melhor desempenho com o diesel menos poluente, o que leva o executivo a crer que a renovação da frota sustentará o crescimento do consumo do S-10.
Por outro lado, explicou Kremer, em veículos mais antigos, o uso do S-10 é ineficiente, uma vez que o motor não está adaptado para absorver benefícios, como a menor emissão de gases, menor desgaste de peças e menor despesa com manutenção.
"Evidentemente que não sabemos qual vai ser a política de preços da Petrobras, mas o S-500 vai pouco a pouco saindo do mercado com a frota de veículos S-10 que será mais demandado. Não temos hoje como prever qual será esse preço (futuro)...", acrescentou ele.
"Não sabemos quando essa inversão vai acontecer, mas essa é um tendência." O diesel menos poluente, o S-10, custa em média 20 centavos a mais que o S-500, que possui maior teor de enxofre na sua composição.
Segundo o diretor da Petrobras Distribuidora, Luis Lima Filho, o S-10 já representa cerca de 27 por cento das vendas da estatal no mercado. Ele é comercializado em mais de 4 mil postos pelo país.
GASOLINA A estatal começou tirou do mercado a partir de 1o de janeiro a gasolina S-800 e passou a comercializar apenas a S-50, com teor máximo de enxofre de 50 mg por quilo.
A mudança na qualidade da gasolina coloca o Brasil no mesmo nível de países da Europa, Estados Unidos e Japão, segundo a empresa.
A alteração não vai afetar a política de preços e importações da companhia.
Desde 2005, a estatal já investiu mais de 20 bilhões de reais na construção de unidades em suas refinarias para melhorar a qualidade de seus combustíveis.