Café proporciona cerca de 8 milhões de empregos na cadeia produtiva e movimenta, mais de 24,3 bilhões de reais por ano (Stefano Rellandini/Reuters Business)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2018 às 06h16.
Última atualização em 1 de outubro de 2018 às 06h36.
O dia internacional do café é celebrado nesta segunda-feira. Uma das bebidas mais consumidas do mundo é também uma importante fonte de divisas para o Brasil. Os produtores têm aumentado seus volumes, e se restabelecido no mercado mundial.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a produção do primeiro semestre foi recorde, o que fez com que a organização aumentasse a previsão para 59,9 milhões de sacas de 60 quilos para 2018 (aumento de 3,2% em relação à previsão anterior). Além disso, o levantamento apontou para um aumento de 33,2% na colheita ante 2017. O maior produtor e exportador de café no mundo só tem o que comemorar. O café proporciona cerca de 8 milhões de empregos na cadeia produtiva e movimenta, mais de 24,3 bilhões de reais por ano.
Além dos bons resultados no país, seus concorrentes têm registrado as menores produções em anos. No mês passado, membros do Fórum Mundial de Produtores de Café afirmaram que cogitam recorrer a grandes clientes, como Nestlé, Jacobs Douwe Egberts e Starbucks para encontrar maneiras de apoiar os preços que caíram para mínimas de 12 anos.
O café do tipo arábica atingiu valor mínimo de 98,65 centavos de dólar por libra-peso, assustando os mais de 85% dos produtores mundiais. O motivo? A safra recorde do Brasil. Segundo a Conab, o país abriga uma área total de cafezais em formação e em produção de 2,16 milhões de hectares, sendo 1,86 milhão de hectares em produção.
A previsão para o ano que vem ainda não chegou, mas especialistas afirmam que dois pontos podem nublar um pouco cenário. A produção provavelmente será menor devido ao ano de baixa no ciclo do arábica, e, segundo o Ministério da Agricultura, o preço do café pode atingir a mínima permitida pela lei se o mercado cambial mudar de direção após as eleições presidenciais em outubro.
O bom momento na produção escancara o distanciamento do Brasil para os negócios que vêm mudando o perfil do consumo global. A Starbucks vendeu para a Nestlé suas linhas de café para casa; a Coca-Cola comprou um dos maiores varejistas, a Costa Café; a Dunkin’ Donuts, por sua vez, vai abandonar o Donuts do nome para focar em café. O Brasil, enquanto isso, carece de marketing global para o produto que ajudou a construir sua história. Neste ponto, temos muito a aprender com países como Colômbia ou Etiópia, que vendem menos, mas se vendem melhor.