Negócios

Devon vê prazo normal da ANP para aprovar venda à BP

Rio de Janeiro - A direção no Brasil da petroleira norte-americana Devon Energy confia que o negócio da venda de ativos no país para a BP será concluído e aprovado pelo governo brasileiro, apesar dos prejuízos bilionários que a companhia britânica informou nesta terça-feira. A BP registrou perda de 17 bilhões de dólares no segundo […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Rio de Janeiro - A direção no Brasil da petroleira norte-americana Devon Energy confia que o negócio da venda de ativos no país para a BP será concluído e aprovado pelo governo brasileiro, apesar dos prejuízos bilionários que a companhia britânica informou nesta terça-feira.

A BP registrou perda de 17 bilhões de dólares no segundo trimestre, devido aos gastos com as tentativas de conter o vazamento de petróleo no Golfo do México, e anunciou que vai vender 30 bilhões de dólares em ativos para melhorar seu fluxo de caixa.

Mas a britânica confirmou o compromisso de compra dos ativos da Devon Energy, apesar de não citar o Brasil especificamente. O Cade já aprovou o negócio, que ainda está em análise na ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Para o presidente da Devon Energy Brasil, Murilo Marroquim, a manutenção do negócio pela BP não é surpresa e na sua avaliação a venda será aprovada. As especulações de que a ANP impediria a BP de assumir os ativos por conta do acidente no Golfo do México não preocupam o executivo.

"Para mim está tudo dentro do prazo, acho que sim (vai ter boa solução)", afirmou Marroquim à Reuters nesta terça-feira.

"Já conhecemos bem o processo da ANP, ele envolve muitos documentos e esses documentos foram providenciados pela BP, e nós, como empresa que está pedindo mudança de controle, entregamos à ANP há cerca de um mês", explicou.

A ANP já disse que está analisando o caso com calma, mas não deu prazo para uma resposta e disse que não há um período padrão nessas demandas. "Cada caso é um caso", comentou um assessor da agência.


A BP comprou junto à Devon nove blocos em fase de exploração e dois em desenvolvimento e produção no Brasil. O negócio foi fechado em março, antes do acidente de abril da BP no Golfo do México, mas os papéis foram entregues apenas há um mês.

Marroquim explicou que primeiro teve que tomar conhecimento de todos os documentos exigidos pela ANP e como foram emitidos no exterior pela BP, ainda teve que passar por uma série de trâmites antes de serem entregues ao regulador.

"Tem que ser notarizados, consularizados depois chega no Brasil tem que ter tradução juramentada. Finalmente ficaram prontos e a ANP abriu processo, está dentro do prazo normal", avaliou.

"A ANP deve levar em conta a capacidade financeira da BP, técnica, e a parte legal, certamentes estão levando em consideração tudo, isso como sempre", acrescentou.

Enquanto a BP não assume os ativos, a Devon continua produzindo seus 20 mil barris diários no campo de Polvo, na bacia de Campos, e agora avalia a recente descoberta no prospecto de Itaipu (BM-C-32), na mesma bacia, que divide com a Anadarko e a SK Corporation.

Os ativos da Devon no Brasil incluem ainda o desenvolvimento do campo de Xerelete e a exploração em nove blocos (incluindo Itaipu), sendo quatro na bacia de Campos, dois na bacia de Barreirinhas, dois na bacia do Parnaíba e um na bacia de Camamu-Almada.

De acordo com Marroquim,não há previsão de aumento de produção no curto prazo e a empresa não pensa em um plano B se a ANP negar a transação.

"O que foi vendido foi uma companhia, a Devon Energy do Brasil Limitada, que está operando normalmente. A dona da companhia vendeu essa companhia para a BP e essa companhia continua operando e vai continuar operando enquanto a BP for a nova dona", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilEnergiaPetróleoVendas

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'