Negócios

Depois de plataforma de itens esportivos usados, startup aposta em novo negócio e capta R$ 4 milhões

Criada dentro da Semexe, um marketplace de produtos esportivos usados, Loopify ganha vida própria e deve se tornar o principal negócio do grupo em receita

Gabriel Novais e Rafael Papa, da Loopify: além do setor esportivo, vamos entrar em moda e varejo infantil (Loopify/Divulgação)

Gabriel Novais e Rafael Papa, da Loopify: além do setor esportivo, vamos entrar em moda e varejo infantil (Loopify/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 5 de junho de 2024 às 10h09.

Última atualização em 5 de junho de 2024 às 11h47.

Tudo sobreStartups
Saiba mais

Amigos desde os cinco anos e colegas de classe por muito tempo, Gabriel Novais e Rafael Papa resolveram unir os conhecimentos para empreender em 2019. Os dois são co-fundadores da Semexe, um marketplace de produtos esportivos usados. 

A empresa abriu espaço para uma nova unidade de negócio, que desde janeiro ganhou vida própria sob o nome de Loopify. O spin-off operou por quase 1 ano e meio como uma divisão e já representa 30% de todo o negócio do grupo, que faturou R$ 65 milhões no ano passado.

Além de nome próprio, a startup recebeu um novo impulso com um aporte de R$ 4 milhões da Hiker Ventures, fundo de venture capital da gestora mineira AF Invest. Sob liderança de Rodrigo Moreira e Guilherme Chernicharo, o fundo foi estruturado em 2023 com R$ 50 milhões e tem entre as investidas a Radar Fit, de bem-estar e saúde, e a Fluna, de hiper automação de processos. 

O que faz a Loopify

O trabalho da Loopify é, a partir de um modelo white label, criar programas para marcas como Bayard, Nautika e Garmin que convertem produtos usados em créditos para futuras compras dos consumidores. E, em outra frente, vender produtos usados, devolvidos e recondicionados.

"Esse negócio está ligado a nossa experiência com o marketplace, em que fomos virando especialistas no mercado de usados e as marcas começaram a nos buscar para ajudá-las nessa operação", afirma Novais, ex-diretor de marketing esportivo da Red Bull. "E em segundo lugar, fomos acompanhando mercado fora do Brasil e percebendo o movimento das grandes marcas globais The North Face e Rolex criando os seus próprios braços de re-commerce usando parceiros para fazer isso". 

De acordo com levantamento da Euromonitor, a venda de produtos de segundo pelas marcas é uma das cinco tendências do varejo em 2024, impulsionada por consumidores jovens, ambientalmente conscientes, econômicos e conhecedores de tecnologia.

A expectativa é de que este setor cresça a taxas superiores a 24% anualmente, saindo de um patamar de US$ 72 bilhões em 2022 para US$ 652,3 bilhões em 2032 globalmente.

Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal EXAME Empreenda 

Como os recursos serão utilizados pela startup

A startup cuida de toda a cadeia de gestão, fazendo a triagem dos produtos recebidos pelas marcas, avaliação, precificação e fotos para disponibilizar os itens novamente nos sites das fabricantes, normalmente na aba de “outlet”.

Com o aporte, o objetivo é aprimorar a tecnologia para o processamento das informações sobre os produtos para suportar a entrada de novos clientes.

"Estamos criando modelos de inteligência artificial preditivos porque, à medida que crescemos, temos um volume de produtos cada vez maior. Por outro lado, temos a operação logística porque  temos que armazenar, lavar produtos em escala e fazer a parte técnica de análise para evitar que entrem falsificações", diz Papa, o sócio-fundador egresso do Mercado Livre, empresa em que atuou como líder das operações de Mercado Shops para o Brasil e México.

O novo capital vai permitir que a startup receba fabricantes de outros mercados, além dos esportivos. Moda e vestuário infantil são os dois setores no radar. 

A previsão da Loopify é chegar ao fim do ano com 20 marcas em seu guarda-chuva, partindo das atuais 7. Realizada a projeção, a expansão fará com o spin-off supere a empresa-mãe e se torne a maior em receita dentro do grupo. 

"Em 2018, 5% dos produtos eram devolvidos. Depois da pandemia, quando as pessoas aprenderam a comprar online, esse número aumentou para 18%", diz Novais. "O que sabemos é que muitas marcas simplesmente trituram, jogam fora, picotam os produtos".

Essa mudança nos hábitos dos consumidores tem feito com que as empresas começassem a buscar soluções para participar do mercado de segunda mão, dominado por marketplaces generalistas, a exemplo do Enjoei."O que a gente tá fazendo é trazer esse mercado para dentro das marcas", afirma.

Acompanhe tudo sobre:StartupsVarejoModaEsportes

Mais de Negócios

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU