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Depois de faturar R$ 300 milhões no Brasil, a Asper quer combater crimes digitais nos Estados Unidos

A empresa está investindo US$ 3 milhões para a abertura da sede em Nova York, no complexo comercial Rockefeller Center

Arthur Gonçalves, da Asper: cerca de 10% do nosso faturamento virá do mercado internacional neste ano (Asper/Divulgação)

Arthur Gonçalves, da Asper: cerca de 10% do nosso faturamento virá do mercado internacional neste ano (Asper/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 14 de junho de 2024 às 11h45.

A brasiliense Asper está fincando os pés nos Estados Unidos e escolheu um endereço no Rockefeller Center, em Nova York, para ser a sua sede no país e o ponto de relacionamento com os clientes americanos. O desembarque vai consumir em torno de US$ 3 milhões nos próximos meses. 

O espaço será um posto avançado para a empresa de cibersegurança atender tanto empresas americanas como de outros países, como México, Inglaterra e Austrália. Tanto o time de tecnologia quanto comercial será todo local, apoiado pela operação que a empresa mantém aqui, com SOCs (centros de segurança) em São Paulo e Rio de Janeiro e ainda escritórios Florianópolis e Brasília.

Neste primeiro ano, a expectativa, com base em novos contratos, é de que entre 7% e 9% do faturamento total seja oriundo do exterior. Em 2023, quando cresceu 150% e registrou R$ 300 milhões, a participação externa ficou em apenas 1%.

Criada em 2015, a Asper vem imprimindo um novo ritmo desde que pivotou o  modelo de negócios entre 2019 e 2020. Da gestão de dados, migrou para o universo da cibersegurança e começou a construir uma carteira de clientes que inclui grandes empresas privadas, como Bradesco, Rede D’Or, Claro e JBS. Na origem, órgãos públicos prevaleciam. No ano passado, eles representaram apenas 20% da receita.

Nos Estados Unidos, a estratégia de entrada será focada em empresas de menor porte, com faturamento entre US$ 100 e US$ 500 milhões por ano. “A nossa ideia é focar um pouco mais lá no mercado médio do que nas grandes empresas neste primeiro momento”, afirma Arthur Gonçalves, fundador e CEO da Asper.

O executivo empreende desde os 18 anos, idade em que largou a faculdade de marketing e, junto a amigos, decidiu migrar para o mercado de tecnologia, ocupando posições mais comerciais. 

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Como será a atuação da Asper nos Estados Unidos

A empresa pretende usar o nome das companhias com as quais trabalha por aqui, algumas delas globais, como referência para ampliar o conhecimento de marca. Além disso, as parcerias com gigantes de tecnologia como Tenable, IBM, Gigamon e Harness

Assim como outras empresas no mercado, a Asper pega os softwares fabricados por essas companhias internacionais e adiciona camadas de serviços, como a oferta de consultorias e projetos de cibersegurança. Na lista de procedimentos, entram soluções de criptografia, tokenização de dados e identidade de usuários.

Segundo a brasiliense, as demandas mais fortes dos clientes são relacionadas à violação de credenciais. Isto é, o ‘roubo de identidade’ por hackers dos acessos dos funcionários dessas companhias.

Com a entrada nos Estados Unidos, a Asper se expõe a  um mercado mais competitivo, mas também com cifras bem mais elevadas. 

“No Brasil, o mercado de cibersegurança para 2024 é de aproximadamente 3 bilhões de dólares. Enquanto isso, nos Estados Unidos, é estimado em 70 bilhões de dólares para 2024”, diz Gonçalves. ”E nós entramos numa janela muito boa, porque já temos clientes que serão atendidos lá”.Hoje, a empresa conta com cerca de 10 clientes no país.  

A projeção para este ano é de que a empresa supere a barreira dos R$ 400 milhões, com expansão acima dos 30%.   

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