Unidade do Pão de Açúcar: Carrefour ainda não comentou as acusações (Vanderlei Almeida/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2011 às 11h51.
Paris - O conselho de acionistas Deminor acusou nesta terça-feira, em um comunicado, o grupo varejista Carrefour "de não ter informado o mercado sobre a existência de negociações avançadas com o grupo Diniz" no Brasil, e pede à Autoridade dos Mercados Financeiros (AMF) que investigue.
Durante a assembleia geral do Carrefour no dia 21 de junho, o Deminor havia apresentado uma questão sobre a existência de negociações entre o grupo e Abílio Diniz, presidente do CBD Pão de Açúcar, que era então alvo de rumores, lembra Fabrice Rémon, diretor geral do Deminor, em uma carta aberta ao presidente do Carrefour, Lars Olofsson.
"Você respondeu que o Carrefour se interessava nos países com potencial e que o Brasil era um desses. Você acrescentou que não comentaria os rumores, declarando que não tinha a intenção de perder o controle de seus ativos brasileiros", acrescenta.
Uma semana depois, "por meio de comunicado, você indicou ter recebido no dia 27 de junho (como se você descobrisse o projeto!) uma proposta de parceria no Brasil, feita por uma empresa que atua em outros lugares em conjunto com seus acionistas de referência fortemente representados no seu conselho de administração (Blue Capital, Colony Blue Investor e Groupe Arnault)", acrescenta.
"Levando-se em consideração a complexidade da operação e o número de partes envolvidas, seria ilusório tentar fazer os acionistas minoritários do Carrefour acreditarem que as negociações não estavam 'muito avançadas'" em 21 de junho, considera.
"Parece que informações essenciais não foram transmitidas ao mercado. Elas podem supor a responsabilidade da empresa e de seus administradores", conclui.
Procurado pela AFP, o Carrefour não comentou as informações até o momento.
Em sua carta, Rémon considera que a criação de uma empresa reunindo os ativos brasileiros do Carrefour e os do CBD Pão de Açúcar, necessitaria se passar pela emissão de ações preferenciais a emitir, uma assembleia geral do grupo.
O Casino, que detém 43,1% do CBD, é hostil a esse projeto.