Delta: um vídeo do incidente, ocorrido no último dia 23 de abril, viralizou nesta semana (Justin Sullivan/Getty Images)
EFE
Publicado em 5 de maio de 2017 às 14h12.
Washington - A companhia aérea americana Delta Air Lines pediu desculpas e ofereceu uma indenização a uma família que foi expulsada de um avião, após receber ameaças de prisão ao se recusar a ceder um de seus assentos em um voo.
Segundo informaram nesta sexta-feira os meios de comunicação locais, um vídeo do incidente, ocorrido no último dia 23 de abril, viralizou nesta semana ao ser publicado no YouTube.
O fato se soma a outros incidentes similares acontecidos recentemente, como o caso de um passageiro que no último dia 9 de abril foi agredido e retirado de um avião de United Airlines à força, após se negar a sair do avião voluntariamente por um caso de overbooking.
Brian e Brittany Schear, de Huntington Beach (Califórnia), relataram à emissora local "KABC-Tv' que a expulsão aconteceu quando retornavam de Maui (Havaí) com seus dois bebês, de um e dois anos.
O casal queria acomodar o pequeno de dois anos em um assento que compraram para um filho de 18 anos que voltou para casa em um voo anterior.
No vídeo é possível escutar Brian Schear falar com uma pessoa, embora não fique claro se é com um funcionário da Delta ou um agente de segurança.
Após Schear se negar a sair da aeronave, a pessoa em questão responde: "O senhor e sua esposa serão presos (...). É um delito federal se não obedecerem e seus filhos ficarão sob cuidado temporário".
"Nós vamos à prisão e meus filhos vão o que?", responde o pai, visivelmente irado.
"Eu comprei o assento (...). O senhor está dizendo que vai dar a alguém quando eu paguei pelo assento. Isso não é correto", acrescenta o pai, que sugere que sua esposa pode levar um dos bebês no colo durante a decolagem e depois colocar a outra criança em uma cadeira infantil.
Outra pessoa, que parece ser um supervisor da Delta, diz depois que a lei federal requer que os meninos menores de 2 anos devem permanecer no colo dos pais durante todo o voo.
No entanto, esse argumento não é certo, já que a Administração Federal de Aviação (FAA) "pede encarecidamente" que os bebês viajem em uma cadeira infantil, mas permite que menores de dois anos viajem no colo dos pais.
A família alega que teve que procurar um hotel para se hospedar, além de comprar novas passagens para poder voar no dia seguinte.
Após a ampla divulgação do vídeo, a Delta emitiu um comunicado nesta quinta-feira para se desculpar e oferecer uma compensação financeira, sobre a qual não deu detalhes.
"Lamentamos a infeliz experiência que nossos clientes tiveram com a Delta. Estamos em contato com eles para reembolsá-los e oferecer uma compensação adicional", afirmou a companhia aérea.
"O objetivo da Delta é sempre trabalhar com nossos clientes para encontrar soluções para seus problemas de viagem. Isso não aconteceu neste caso e nos desculpamos", acrescentou empresa.
O incidente reacende o debate dos Estados Unidos sobre o tratamento que as companhias aéreas dão aos passageiros, uma polêmica que começou por causa da retirada forçada de David Dao, um passageiro da United que foi agredido para deixar seu assento no último dia 9 de abril e dar lugar a um funcionário da companhia.
O vídeo de Dao sangrando, arrastado pelos agentes, rodou o mundo e forçou a United a pagar uma compensação não revelada para resolver o caso sem ir aos tribunais.
Esta semana, o Congresso dos EUA realizou duas audiências dedicadas ao serviço de atendimento ao cliente em companhias aéreas após as agressões a Dao, de 69 anos.
Altos executivos das companhias United, American Airlines, Southwest e Alasca testemunharam perante os legisladores, mas ninguém da Delta compareceu à reunião.