Diego Puerta, presidente da Dell Technologies no Brasil e Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA Latam: Parceria entre as empresas construiu uma infraestrutura de inteligência artificial construída de ponta a ponta. (Dell/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 29 de abril de 2025 às 14h00.
Há pouco mais de um ano, Dell e NVIDIA decidiram transformar a afinidade entre suas empresas em algo maior: uma infraestrutura de inteligência artificial construída de ponta a ponta. Da aliança, nasceu o conceito de AI Factory, apresentado como uma resposta prática à corrida global pela adoção da IA no setor corporativo.
A proposta parte de um princípio simples: toda empresa será, em algum grau, uma fábrica de dados. Para isso, precisa de capacidade computacional, integração de sistemas e suporte técnico para dar escala ao uso da IA.
É esse o pacote que Dell Technologies e NVIDIA vêm montando juntas — com computação de alto desempenho, servidores otimizados e serviços para atender desde desenvolvedores individuais até organizações em plena transformação digital.
“A Dell e a NVIDIA são parceiros de longa data e que hoje avançam juntos para transformar o mundo corporativo com IA”, afirma Diego Puerta, presidente da Dell Technologies no Brasil.
Segundo Puerta, a arquitetura do Dell AI Factory com NVIDIA permite que empresas comecem projetos localmente — em um notebook ou workstation de alta performance voltado para inteligência artificial (IA) — e, conforme a demanda cresce, levem esse mesmo sistema para o data center, sem retrabalho.
Isso é possível graças à compatibilidade entre os dispositivos da linha AI PCs e os servidores PowerEdge, ambos equipados com chips Grace Blackwell, recém-anunciados pela NVIDIA no GTC 2025.
Para Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina, a revolução está no formato da entrega. “Hoje, o cliente recebe uma solução completa, praticamente pronta para uso, mas com espaço para personalização. É como montar uma fábrica de inteligência sob medida para cada negócio”, diz.
A Dell, segundo ele, foi a primeira grande parceira da NVIDIA a adotar o conceito de AI Factory globalmente. Em dois anos, mais de 2 mil empresas já passaram a operar com esse modelo. No Brasil, 122 novos clientes adquiriram soluções conjuntas de Dell e NVIDIA só em 2024.
A aposta da dupla vai além da infraestrutura. As duas empresas trabalham para viabilizar o uso de agentes inteligentes, sistemas de IA que não apenas interagem com o usuário, mas tomam decisões, executam tarefas e se adaptam com o tempo.
No campo da IA física — ou Physical AI — a proposta é integrar robôs, veículos autônomos e dispositivos industriais a sistemas de IA generativa, criando fluxos de trabalho híbridos entre homem e máquina. “A IA passa a ter impacto real no chão de fábrica, nos centros de distribuição, na manutenção preditiva”, afirma Aguiar.
Além do data center, a IA começa a ocupar outro espaço estratégico: o do computador pessoal. Com os AI PCs, dispositivos de uso profissional ganham capacidade de processamento local para modelos de IA, acelerando tarefas e protegendo dados desde a origem.
A Dell anunciou durante o GTC 2025 a integração dos modelos Dell Pro Max com GB10 e GB300, que trazem o poderoso chip NVIDIA Grace Blackwell, antes restrito a servidores de data center, para o ambiente de trabalho dos desenvolvedores de IA.
“Faz sentido levar a inteligência até onde os dados estão sendo gerados — e isso, hoje, acontece cada vez mais na ponta, nos notebooks e desktops”, explica Puerta. Ele afirma que os primeiros usuários são desenvolvedores, engenheiros e profissionais criativos, mas que a tendência é de ampliação para todas as áreas. “Todo mundo pode se beneficiar de um AI PC. Basta entender como ele pode te ajudar.”
Puerta destaca que o grande desafio das empresas não está na tecnologia em si, mas no preparo dos dados. “Você só extrai valor da IA se tiver dados bem estruturados, protegidos e tratados com consistência. É aí que entra a Dell, com nossa experiência em armazenamento, processamento e segurança”, afirma.
A recomendação é clara: começar logo. “Quem adiar a adoção da IA vai perder eficiência e competitividade”, diz Puerta. E conclui: “Quem ainda não começou sua jornada de IA deveria começar agora. Os impactos são enormes, e quem não se adaptar vai acabar ficando para trás.”