Negócios

De olho em mercado de US$ 5,7 bi, startup capta R$ 7 milhões para transformar sites em marketplaces

A Omnik está no mercado desde 2016 e está por trás de plataformas das redes Grupo Pague Menos, Marisa, Lojas Amaro, Panvel e Cimed

 Thiago Leite, Willian Silva, Matheus Pedralli, Alberto Cerqueira e Luis Marcelo, da Omnik: queremos crescer 5 vezes em 2025 (Omnik/Divulgação)

Thiago Leite, Willian Silva, Matheus Pedralli, Alberto Cerqueira e Luis Marcelo, da Omnik: queremos crescer 5 vezes em 2025 (Omnik/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 26 de junho de 2024 às 08h00.

Tudo sobreStartups
Saiba mais

O acordo entre o Magazine Luiza e o Aliexpress permitindo que uma rede venda os produtos no marketplace da outra agitou o mercado no começo da semana. A parceria, inédita para as empresas, passa pela transformação de e-commerces em agregadores com milhares de vendedores, movimento que se transformou num dos grandes pilares de expansão para o varejo nos últimos anos. Em especial, na pandemia.

A expectativa é de que este mercado cresça a um ritmo anual de 25% até 2030, alcançando um volume de transações de US$ 5,7 bilhões globalmente. Quem acompanha de perto essa nova dinâmica é a Omnik e desde 2016. 

A startup de Araraquara, no interior de São Paulo, oferece uma plataforma para gestão de marketplaces. Ou seja, no lugar de uma varejista construir tudo do zero e dentro de casa, pode recorrer ao modelo white label oferecido pela Omnik. Entre os serviços disponíveis, estão:

  • Incorporação de novos vendedores
  • Acompanhamento de dados e fluxos de vendas
  • Curadoria dos produtos que são oferecidos em cada plataforma
  • Gestão de todos os braços da operação

O negócio nasceu dentro da Centauro, também o primeiro cliente da startup. Diretor de produto na varejista esportiva, Luis Marcelo Ramos criou a Omnik com Rafael Barini, executivo com passagens pela Cnova, pertencente ao Grupo Casino, e Carrefour. Atualmente, head de tecnologia para mercados Internacionais, dona de marcas como Burger King, Tim Hortons e Popeyes, Barini é membro do conselho da empresa. 

Juntos, estruturaram um modelo de negócios que está por trás de operações de redes como Grupo Pague Menos, Marisa, Lojas Amaro, Panvel e Cimed e reúne mais de 100 mil vendedores. Os dois caminharam sozinhos até 2020, quando receberam aporte de R$ 5 milhões da FCamara, consultoria paulistana para negócios digitais. 

Receba primeiro as informações de negócios e empesas e saiba tudo sobre empreendedorismo. Participe do nosso canal no WhatsApp

Como a Omnik tem crescido

Nos últimos ciclos de 12 meses, a empresa tem crescido três vezes, tanto em receita quanto em número de clientes, mas pretende elevar essa potência: 5 vezes em 2025. 

O impulso vem a partir de um aporte de R$ 7 milhões que a startup anuncia agora ao mercado. O investimento vem da ABSeed, gestora criada em 2019 e liderada por Geraldo Melzer. A casa é especializada em plataforma SaaS dedicada a clientes corporativos - o conhecido B2B - e investiu em 20 startups.

Para trazer a Omnik para o portfólio, a ABSeed está utilizando recursos do seu segundo fundo, com o qual captou R$ 100 milhões. No momento, a gestora levanta um terceiro veículo, no valor de R$ 150 milhões - cerca de metade do capital já está garantido. 

“A ABseed sempre foi um fundo que investe em tecnologia, mas tecnologia que tem impacto real na economia. E, com a Omnik, o cliente investe na tecnologia e, no final de cada mês, ele tem certeza o quanto aquela estratégia trouxe de retorno. Isso chama muita atenção para nós”, afirma Felipe Coelho, sócio da ABSeed. 

Parte da expansão nos últimos anos da startup vem da estratégia de contar com distribuidores parceiros, como Totvs, Vtex, Adobe Commerce e Tray.

“Hoje, nós temos algumas das principais plataformas e soluções do mercado vendendo a Omnik e essa é uma das principais alavancas de crescimento”, afirma Matheus Pedralli, CEO da Omnik desde 2022. “Na Totvs, que é a maior empresa de software da América Latina, eu sou a única plataforma multi-vendedores lá dentro que não é adquirida deles, por exemplo”.

Cofundador de startups nas áreas de mobilidade urbana e marketing, Pedralli entrou na operação da Omnik um ano antes, liderando a diretoria de estratégia de produtos digitais. 

Como os recursos serão usados

Com clientes de médio e grande porte, a startup pretende reforçar o apelo de que tem tecnologia de ponta para atender diferentes demandas e mercados. E, logo, deixar claro aos varejistas que eles não precisam criar tudo dentro de casa e cobrar os serviços de uma plataforma SaaS. 

“A nossa tese está direcionada à melhoria da experiência dos vendedores. Eu diria que iremos vencer quando todos esses profissionais, seja no Brasil ou fora, falarem que querem vender pela solução da Omnik. Isso, a partir da experiência da plataforma, intuitiva e estável e até mesmo trazendo oportunidades de novas frentes de ganhos”, diz Pedralli.

Nesta linha, a startup tem apresentado produtos como Omnik Ads, para monetizar espaços publicitários; operação logística, a partir de parceria com a Intelipost; e prepara o lançamento de um braço financeiro, com oferecer crédito e financiamento nas duas pontas, tanto ao marketplace quanto ao vendedor aos mais de 100 mil vendedores cadastrados.

Em outra frente, começa a dar os seus primeiros passos fora do país, a partir dos distribuidores parceiros, em países da América Latina e Europa. Na lista, estão Portugal, Espanha, Reino Unido, México, Colômbia e Chile.

Acompanhe tudo sobre:Startupse-commerceVarejo

Mais de Negócios

Bolsa Família, bets e asiáticas: as pedras no sapato da indústria de calçados

Eles querem resolver a rotina das clínicas de saúde — e buscam investimento de R$ 5 milhões

Jurada do Shark Tank, ela transformou US$ 60 mil em dívidas em um negócio que fatura US$ 100 milhões

Startup quer facilitar a compra da casa própria e mira faturar R$ 17 milhões