Paulo Haegler, presidente da Toledo: expansão rumo à nuvem (Toledo/Divulgação)
Juliana Estigarribia
Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 06h00.
A fabricante de balanças Toledo não começou a transformação do seu negócio na pandemia, mas a crise da covid-19 certamente acelerou as vendas das novas soluções de software que a companhia vem desenvolvendo. Neste ano, a empresa deve registrar um crescimento de 18% da receita e, para 2021, a projeção é de uma expansão de 10%, com foco em novos produtos que vão de etiquetas digitais até gestão de pesagem na nuvem.
Paulo Haegler, presidente da Toledo, explica que, durante a pandemia, principalmente os supermercados precisavam de soluções que ajudassem no distanciamento social em meio ao aumento expressivo da demanda. Um dos produtos da marca, a etiqueta digital, atende bem essa necessidade: permite que as redes supermercadistas atualizem preços de forma remota através do computador ou celular do gestor, com até 3.000 etiquetas por minuto.
"Os supermercados tiveram um bom ano e estão renovando o parque, abrindo novas lojas, com isso a demanda por nossas soluções aumentou na pandemia", disse o executivo em entrevista exclusiva à EXAME.
Já as novas balanças da marca funcionam por wi-fi, dispensando o uso de servidor interno. A companhia também vem obtendo êxito na venda de soluções de software e hardware para gestão dos negócios. Um deles propõe, por exemplo, redução de desvios: de forma remota, é possível saber exatamente quanto de carne entrou em um açougue e quanto de fato foi vendido.
A Toledo atua desde o varejo -- como supermercados e lojas -- até transporte e logística, agronegócio, indústria e portos. Para todos os setores, a companhia vem desenvolvendo soluções de softwares.
"Antes, nossos engenheiros faziam desenhos mecânicos, depois passaram a desenhar placas e agora desenvolvem softwares de gestão que conectam os equipamentos da loja, da fazenda e das fábricas aos notebooks", diz o executivo.
Segundo ele, são 40 engenheiros dentro da Toledo trabalhando em programação e softwares. "Hoje, a balança em si é uma commodity, o importante é o dado que o equipamento gera."
Atualmente, a empresa tem uma carteira de pedidos de aproximadamente três meses. O normal, segundo Haegler, é um mês e meio. "Entre outubro e novembro, tivemos que aumentar o quadro e contratar 40 funcionários para produzir mais balanças e atender melhor na assistência técnica."
No ano passado, a Toledo exportou 2 milhões de dólares em produtos e, em 2020, esse valor caiu para 1,5 milhão. No entanto, Haegler vê avanços na área. A companhia acaba de vender equipamentos para um consórcio liderado pela construtora brasileira Redram no Peru, onde será feita a expansão de um terminal portuário de grãos.
"Também estamos fornecendo balanças comerciais para Colômbia e pretendemos ampliar as vendas para Uruguai e Paraguai, principalmente no setor de alimentos."
Neste ano, a Toledo vai investir aproximadamente 20 milhões de reais em pesquisa e desenvolvimento, um aumento de 6% sobre o montante de 2019. Anualmente, a empresa renova cerca de 20% da oferta de soluções de hardware e software. "Continuaremos neste ritmo", garante Haegler.