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De jogador a bilionário: aposentado aos 31, ele é CEO de startup agrícola que prevê R$ 6 bi de lucro

A expectativa é de que o negócio alcance um lucro superior a 6 bilhão de reais nos próximos três anos

Jota Peleteiro, da Groinn: "Estamos conversando com grandes empresas na América e estamos agindo mais rápido do que pensávamos" (Redes sociais/Divulgação)

Jota Peleteiro, da Groinn: "Estamos conversando com grandes empresas na América e estamos agindo mais rápido do que pensávamos" (Redes sociais/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 12h43.

Última atualização em 26 de janeiro de 2024 às 13h19.

Os compromissos do ex-jogador espanhol de futebol Jota Peleteiro mudaram. De uma agenda cheia de treinos para uma série de reuniões com pessoas interessadas em seu novo investimento, a startup de tecnologia agrícola Groinn, criada em La Coruña, uma cidade portuária espanhola. A expectativa é de que o negócio alcance lucro superior a 6,3 bilhões de reais nos próximos três anos. 

O atacante foi revelado pelo Celta, passou por Brentford e Birmingham. A última experiência fora de casa foi no Aston Villa. Depois, retornou à Espanha e encerrou a carreira no Alavés, aos 31 anos. A decisão, segundo ele, foi tomada por desilusão com o futebol e com as mudanças que impactam o jeito de jogar. 

Como Jota decidiu investir na startup

“O jogo moderno é mais sobre sistemas e ser atlético. Eu era um criador de jogadas, um camisa 10, mas você não vê mais isso. Riquelme não seria titular hoje, porque estatísticas são baseadas no quanto você corre em vez do seu talento”, afirma ao site "The Athletic". Os jogadores não têm liberdade, é um jogo tático e todo mundo é como se fosse uma máquina, afirma ao site "The Athletic". 

A mudança de ares levou a novos interesses. O ex-jogador conheceu a startup antes mesmo de se aposentar, em  outubro de 2022, quando ela ainda se chamava Rammalloc. Apoiado por amigos com conhecimento em agricultura, decidiu fazer investimentos na casa de milhões de euros para o desenvolvimento da tecnologia e do software, em operação desde setembro de 2023. Os valores lhe garantiram uma fatia significativa do negócio e a posição de CEO. 

A Groinn criou um sistema sem fio que usa Inteligência Artificial para monitorar o status das colheitas e de grandes plantações. Buscando melhorar as produções, a startup utiliza sensores capazes de captar informações preditivas sobre a necessidade das plantações, seja de nutrientes ou de água. E ainda de mitigação de riscos, como incêndios e mudanças climáticas.

Quais são as projeções para o negócio

“Somos como o iPhone. Antes você tinha cartas, aparelhos de fax e telefones, mas o iPhone junta tudo e não custa muito e terá melhor qualidade. Fizemos o mesmo na agricultura com toda a tecnologia numa só máquina”, afirma Peleteiro.

O Groiin está fechando uma parceria com o governo espanhol para oferecer o sistema. A expectativa é de que todos os agricultores do país usem a solução até 2030.  Enquanto isso, a startup começa a flertar com outros destinos como Portugal, norte da Europa e América do Norte.

No cálculo do investidor, a empresa deve atingir um valor de mercado de 3,7 bilhões em 2025. Jota contou que o negócio está recebendo ofertas e que a startup já vale mais de 10 vezes o que investiu.

“Estamos em negociações com muitos governos em todo o mundo porque eles querem a tecnologia e nós somos líderes da indústria. Estamos conversando com grandes empresas na América e estamos agindo mais rápido do que pensávamos”, diz. 

O grande diferencial que a Groinn traz ao mercado é a redução de custos. Soluções com benefícios semelhantes no mercado chegavam com valor em torno de R$ 162.000. O produto da startup pode ser desenvolvido pelo equivalente a R$ 1.100.

Daí, projeções significativas de que o negócio irá decolar em pequeno espaço de tempo. Para 2026, os sócios estimam R$ 18,9 bilhões em receita. Os valores viriam como resultado da expansão por novas regiões, incluindo os países asiáticos.

“Nossas projeções dizem que teremos lucro de R$ 6,3 bilhões”, afirmou Jota ao "The Athletic". “Imagine quanto dinheiro isso vai render em um ano. É louco. Estou trabalhando 24 horas por dia, 7 dias por semana para fazer isso.” Pelo acordo, a maior parte do valor será reinvestido na própria empresa e um quarto direcionado aos acionistas. Entre eles, o ex-jogador e novo investidor no mundo das startups. 

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