Arthur Gonçalves, CEO da Asper: entre 7% e 9% do faturamento em 2024 deve vir de contratos internacionais (Asper/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 15h01.
Última atualização em 5 de dezembro de 2024 às 15h56.
O mercado de cibersegurança não para de crescer.
Seja pelo aumento dos ciberataques, seja pela guinada da inteligência artificial, o setor no Brasil deve movimentar US$ 3,4 bilhões em 2024, de acordo com a consultoria Mordor.
Até 2029, as provedoras de tecnologia em cibersegurança devem faturar US$ 5,6 bilhões por ano no país.
Num mundo no qual as ameaças cibernéticas só crescem, empresas dedicadas à proteção de dados e outras ferramentas para evitar perdas com hackers viraram aliadas de primeira hora de praticamente todos os CEOs.
É nesse contexto que a Asper, empresa criada em 2015, em Brasília, cresce e conquista uma presença global.
Fundada por Arthur Gonçalves, a Asper nasceu com foco em big data e serviços de análise para órgãos públicos.
A partir de 2019, a empresa mudou o modelo de negócios para dedicar-se à cibersegurança.
“Não foi uma mudança simples, mas necessária. Em 2020, a pandemia acelerou a digitalização das empresas, e os ataques cibernéticos aumentaram de forma exponencial”, diz Arthur Gonçalves, fundador e CEO da Asper.
O executivo empreende desde os 18 anos, idade em que largou a faculdade de marketing e, junto com amigos, decidiu migrar para o mercado de tecnologia.
“A guinada no modelo de negócio, que seria feita em três ou cinco anos, teve de ser feita em meses.”
A mudança de rumo trouxe resultados. Desde então, a Asper passou a atender grandes empresas privadas, como Bradesco, Rede D’Or e Claro.
Em 2023, a empresa alcançou R$ 300 milhões de faturamento, um crescimento de 150% em relação ao ano anterior.
Por causa do desempenho, a Asper ficou em destaque no ranking EXAME Negócios em Expansão, o maior anuário do empreendedorismo do Brasil.
Na edição de 2024, a empresa de Gonçalves conquistou o terceiro lugar entre as empresas que mais crescem no país na faixa de receita operacional líquida entre R$ 150 milhões e R$ 300 milhões. Em 12 meses, a empresa avançou a receita operacional líquida em 151%.
A chave para o crescimento da Asper está na abordagem personalizada de segurança cibernética.
A empresa não é uma fornecedora tradicional de softwares de proteção, mas sim uma provedora de tecnologias integradas.
"O software é um meio para a gente aportar uma metodologia de serviço. Não vendemos uma solução, entregamos uma operação gerenciada", afirma Gonçalves.
A Asper combina tecnologias de gigantes como IBM, Tenable e Gigamon com serviços como criptografia, tokenização de dados e gestão de identidades.
Outro diferencial é o atendimento contínuo com centros de segurança (SOCs) localizados no Brasil, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
“Hoje, os clientes não querem apenas produtos. Eles querem soluções que protejam seus dados com eficiência e rapidez, e a Asper se destaca nesse ponto”, diz ele. “Estamos 24 horas em campo com nossos SOCs monitorando e reagindo a qualquer ameaça.”
Em 2024, a Asper deve superar os R$ 400 milhões em faturamento.
Neste ano, a empresa ficou entre os 10% melhores provedores de segurança cibernética do mundo no ranking TOP 250 MSSP, organizado pela MSSP Alert, uma das principais fontes de informação sobre o setor.
Além disso, a Asper deu um passo importante no mercado internacional. Em 2024, a empresa inaugurou um escritório no Rockefeller Center, no coração de Nova York, como parte de sua estratégia de expansão global.
A operação americana começou com uma previsão de investimentos de US$ 3 milhões e tem como foco empresas de médio porte nos Estados Unidos — algo entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões.
A Asper já conta com dez clientes nos Estados Unidos e espera que entre 7% e 9% de seu faturamento em 2024 venha de contratos internacionais.
“A entrada nos Estados Unidos é uma janela que abre novas oportunidades. Sabemos que é um mercado muito competitivo, mas também com um potencial de faturamento muito maior”, diz Gonçalves.
“O mercado de cibersegurança nos EUA deve atingir US$ 70 bilhões em 2024, enquanto no Brasil, o setor será de US$ 3 bilhões.”
O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).
O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.
Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023.
A análise considerou os negócios com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 600 milhões. Após uma análise detalhada das demonstrações contábeis das empresas inscritas, a edição de 2024 do ranking foi lançada no dia 24 de julho.
São 371 empresas de 23 estados brasileiros que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros.