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CVM aplica multa de R$26,4 milhões no Credit Suisse

Segundo a acusação, Credit Suisse usou informações privilegiadas durante a compra da Terna Brasil pela Cemig

O fato relevante sobre a compra da Terna Brasil pela Cemig, por 2,33 bilhões de reais, foi divulgado em 23 de abril

O fato relevante sobre a compra da Terna Brasil pela Cemig, por 2,33 bilhões de reais, foi divulgado em 23 de abril

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2010 às 23h10.

São Paulo - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu nesta terça-feira multar o Credit Suisse por conta do uso de informações privilegiadas durante a compra da Terna Brasil pela Cemig. O valor total da multa é de 26,4 milhões de reais.

Foram acusados o Credit Suisse International e o Credit Suisse Próprio Fundo de Investimento em Ações, com multas de, respectivamente, 22,7 milhões e 3,7 milhões de reais.

Em nota, o Credit Suisse informou que irá recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional da decisão da CVM.

Segundo a acusação, o Credit Suisse Securities (Europe) Limited foi contratado em abril de 2009 pela Terna S.p.A, então controladora da Terna Brasil, para emitir opinião sobre a venda da empresa para a Cemig.

Em 15 de abril do ano passado, segundo a autarquia, o fundo do Credit Suisse começou a adquirir units da Terna, juntamente com o Credit International.

"Num primeiro momento, entre os dias 15 e 20 de abril de 2009, o aumento de volume (negociado) foi relativamente menor e não foi acompanhado de oscilação expressiva na cotação das ações. Em seguida, porém, especialmente no dia 22 de abril de 2009, houve aumento substancial de volume e valorização das ações", conforme a CVM.

O fato relevante sobre a compra da Terna Brasil pela Cemig, por 2,33 bilhões de reais, foi divulgado em 23 de abril.

Com a elevação de preço provocada pela divulgação da venda do controle, o fundo do Credit Suisse e o Credit International obtiveram expressivos ganhos com as operações realizadas, de acordo com a CVM, que calcula que o fundo lucrou 1,27 milhão de reais e o Credit International, 7,6 milhões de reais, "tudo isso em menos de duas semanas".

Em sua defesa, o Credit Suisse alegava que a venda do controle da Terna Brasil, atual Transmissora Aliança, já era de conhecimento público em 15 de abril de 2009.

"Notícias divulgadas pela imprensa em fevereiro, março e abril informavam que a Terna Itália poderia vender o controle da Terna Brasil; uma dessas notícias, datada de fevereiro de 2009, cita o próprio presidente da Terna Italia como fonte dessa informação; outra, de 22 de abril de 2009, menciona a Cemig como possível compradora", afirmou a defesa do banco, ainda segundo a CVM.

Não é o primeiro caso na CVM envolvendo o Credit Suisse. Em outubro do ano passado, a autarquia aceitou proposta do Credit Suisse de pagar 19,2 milhões de reais para suspender o processo em que a instituição financeira era acusada de ter usado informações privilegiadas para negociar ações da Embraer entre o final de 2005 e início de 2006.

O período antecedeu o anúncio de que o controle da fabricante de aviões seria pulverizado e que a Embraer ingressaria no Novo Mercado.

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