A previsão da Cteep para entrada em operação da Linha do Madeira é de novembro ou dezembro de 2012 (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2011 às 17h38.
São Paulo - A Cteep está negociando um financiamento de longo prazo de cerca de 2 bilhões de reais para a linha de transmissão do Madeira com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de um financiamento adicional como bancos de fomento do Nordeste.
"Vai chegar em um financiamento total de 2,5 bilhões de reais, onde o do BNDES está próximo a 2 bilhões de reais. Estamos buscando com outros bancos de fomento também lá no Nordeste", disse o presidente da empresa, César Ramirez, a jornalistas após evento em São Paulo.
O investimento total calculado para os empreendimentos, que compõem a interligação do Madeira, são de 3,2 bilhões de reais, segundo Ramirez, incluindo a linha Porto Velho-Araraquara e a Estação Retificadora/Inversora.
A linha do Madeira, que transportará a energia elétrica das usinas de Jirau e Santo Antônio, ambas em Rondônia e construídas no rio Madeira, recebeu a licença de operação ambiental do Ibama em junho deste ano.
Entretanto, o órgão ambiental definiu condicionantes, entre as quais estava a mudança no modelo de torre utilizada em alguns trechos.
"Foi necessária uma modificação e isso aumentou um pouco o investimento. O projeto ainda tem uma boa margem de investimento", disse Ramirez, sem detalhar em quanto o montante inicial teve que ser elevado.
A previsão da Cteep para entrada em operação da Linha do Madeira é de novembro ou dezembro de 2012, o que significa um atraso em relação ao prazo definido no contrato de concessão, de fevereiro de 2012.
A Cteep tem 51 por cento de participação no IE Madeira, companhia responsável pelo empreendimento da qual também fazem parte as empresas da Eletrobras Furnas e Chesf, cada uma com 24,5 por cento.
O atraso da entrada da linha gerará uma perda de receita de cerca de 140 milhões de reais para a Cteep, segundo cálculos de Ramirez.
"Vamos entrar com algum processo administrativo na Aneel", disse o executivo.
Segundo ele, o empreendedor não deveria ser responsabilizado pelo atraso no licenciamento da linha, o que culmina com a postergação da entrada em operação.
A intenção da Cteep, no entanto, é aguardar a entrada em operação da linha para, posteriormente, entrar com o processo administrativo.
Concessões
O presidente da Cteep disse também que cerca de 90 por cento da dívida da Cteep, de cerca de 1,2 bilhão de reais, está relacionada aos reforços do sistema que tem relação com os ativos da companhia que vencem em 2015.
Cerca de 80 por cento da receita da Cteep tem concessões que vencerão em 2015, e a expectativa da companhia é de que alguma sinalização em relação ao tema seja dada pelo governo até o início do próximo ano, diante do prazo de até julho de 2012 para que as empresas informem ao governo sobre o interesse de continuar com as concessões, para o caso de uma renovação.
"Nós da Cteep achamos que a possibilidade de renovação possa ser mais alta que do leilão", disse.
O executivo acrescentou ainda que a Cteep ainda tem uma capacidade adicional de endividamento de 1,5 bilhão de reais a 2 bilhões de reais e voltou a afirmar que a empresa considera uma emissão de debêntures e uma de notas promissórias no curto prazo.