Negócios

CSN prevê forte alta em investimento em mineração em 2014

Empresa receberá investimentos de 1,5 bilhão de reais neste ano, mais que o dobro do feito em 2013


	Funcionário da CSN no setor de aciaria, que produz o ferro-gusa: empresa prevê vendas de 44 milhões de toneladas de minério de ferro em 2014
 (Divulgação)

Funcionário da CSN no setor de aciaria, que produz o ferro-gusa: empresa prevê vendas de 44 milhões de toneladas de minério de ferro em 2014 (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 18h25.

São Paulo - A Companhia Siderúrgica Nacional espera ter forte recuperação de margens de lucro em 2014, apoiada em expansão da produção de minério de ferro, que receberá investimentos de 1,5 bilhão de reais neste ano, mais que o dobro do feito em 2013.

A empresa prevê vendas de 44 milhões de toneladas de minério de ferro em 2014, após 25,7 milhões em 2013, e espera que o avanço seja apoiado pelas obras em seu porto em Itaguaí (RJ), que atingiu capacidade de 45 milhões de toneladas anuais.

Segundo o diretor de mineração da empresa, Daniel dos Santos, do volume previsto, 37 milhões de toneladas serão exportadas. O restante será consumido pela usina siderúrgica do grupo em Volta Redonda (RJ). Em 2013, o terminal de exportação da empresa despachou 29 milhões de toneladas, incluindo minério de terceiros, que compram espaço no porto da companhia.

A CSN divulgou mais cedo que encerrou o quarto trimestre com prejuízo líquido de 487 milhões de reais, ante expectativa de analistas de resultado positivo de 362 milhões de toneladas. As ações da CSN fecharam em queda de 6,9 por cento, enquanto o Ibovespa caiu 1,08 por cento.

O diretor de relações com investidores da CSN, David Salama, afirmou que a companhia espera uma "recuperação importante da margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) neste ano, voltando aos nossos padrões históricos", disse o executivo. A margem de 2013 foi de 28 por cento, um ponto acima do registrado em 2012.

Perguntando sobre a proximidade de um acordo entre a CSN e os sócios asiáticos da mineradora Namisa, Salama voltou a repetir que a companhia segue apostando em um acordo sobre a integração dos negócios de mineração do grupo.

"Acreditamos que a unificação dos ativos de mineração é um grande negócio, com grandes ganhos de sinergia para todos. A opção principal é consenso entre as partes (...) e estamos buscando realizar isso neste começo de ano", disse o executivo. "Porém, independente de um acordo, uma coisa bastante clara é que vamos unificar esses ativos, porque isso vai gerar grande valor a nossos acionistas", acrescentou Salama.


A CSN tenta há anos convencer seus sócios na Namisa -- que incluem Itochu, JFE, Posco, Kobe Steel-- a unificar a mineradora com a mina Casa de Pedra.

O resultado negativo do quarto trimestre refletiu em parte a adesão ao programa de refinanciamento de dívidas aberto pelo governo federal (Refis). Segundo Salama, a CSN desembolsou em dezembro 103 milhões de reais e o saldo da dívida foi parcelado em 179 vezes com correção pela taxa básica de juros Selic.

Ele não informou o montante total da dívida cobrada pelo governo, mas disse que a CSN aderiu ao programa dívidas de entre 2004 e 2009 e disse que as subsidiárias no exterior acumulam lucro de 4 bilhões de reais entre 2010 e 2013.

Total Previsto

O total de investimento previsto pela CSN em 2014 é de 2,8 bilhões de reais, mesmo nível do aplicado em 2013. Além dos 1,5 bilhão em mineração, incluindo porto, a empresa vai injetar 620 milhões de reais em siderurgia, 400 milhões na produção de cimento e outros projetos receberão 240 milhões, disse Salama.

Em aço, a projeção da CSN é ter vendas de 6,1 milhões de toneladas em 2014, mesmo nível de 2013, já que a companhia tem operado a plena capacidade, disse o diretor comercial da área, Luis Fernando Martinez.

Ele comentou que os prêmios de aço no mercado interno --sobre o praticado no exterior -- estão entre 4 e 8 por cento e que a empresa deve comprar entre 100 mil e 140 mil toneladas de placas de terceiros durante o primeiro trimestre para revenda.

Martinez afirmou que a CSN vê 2014 com otimismo e que aposta em alta de 2 por cento no PIB industrial do Brasil, após expansão 1,3 por cento em 2013. Ele disse que a CSN estima crescimento de 5,5 por cento no consumo aparente de aços planos no país este ano, a 15,4 milhões de toneladas, ante estimativa da associação de siderúrgicas IABr, de alta de 4 por cento.

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