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CSN espera fechar até outubro venda de ativos no exterior

Estratégia da empresa que encerrou trimestre com alavancagem de 5,34 vezes também deve incluir acordo para venda antecipada de minério de ferro

CSN: companhia espera conseguir 1 bilhão de dólares com a venda dos ativos (Ricardo Azoury/Pulsar Imagens/Reprodução)

CSN: companhia espera conseguir 1 bilhão de dólares com a venda dos ativos (Ricardo Azoury/Pulsar Imagens/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 18h05.

Última atualização em 8 de agosto de 2018 às 19h55.

São Paulo - A CSN espera fechar até outubro a venda de ativos no exterior, incluindo usinas de aço em Portugal e na Alemanha, o que deve envolver acordo para venda antecipada de minério de ferro, disseram executivos da empresa nesta quarta-feira.

A empresa, que encerrou o segundo trimestre com alavancagem de 5,34 vezes, espera conseguir 1 bilhão de dólares com a venda dos ativos e mais 1,5 bilhão de dólares com acordo de venda antecipada de minério ferro.

"Esperamos conseguir este ano 3 bilhões (de dólares) em desalavancagem. Se conseguirmos isso, dobraremos o valor da companhia", disse o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, em teleconferência com analistas.

A conta inclui os 400 milhões de dólares levantados pela CSN no final de junho com venda de usina nos Estados Unidos.

Segundo Steinbruch, a meta da CSN é reduzir a alavancagem para um múltiplo de 4 vezes a relação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) até o fim do ano. Mas disse que seu "objetivo pessoal" é que a essa relação seja de 3,5 vezes neste ano e 2,5 vezes no fim de 2019.

A CSN divulgou mais cedo que teve lucro líquido de 1,19 bilhão de reais no segundo trimestre, ante prejuízo de 640 milhões no mesmo período de 2017. O Ebitda avançou 58 por cento no período, para 1,42 bilhão de reais.

Steinbruch afirmou que a empresa já contratou um banco para assessorá-la na venda dos ativos, que não incluirão operações no Brasil como o terminal de contêineres Tecon (Rio de Janeiro) que era visto pelo mercado com potencial alvo de desinvestimento.

O executivo afirmou que a opção de venda de ativos apenas no exterior é decorrente do câmbio e do atual momento positivo das operações em Portugal e Alemanha, em meio à manutenção da demanda europeia por aço.

Ele não deu detalhes sobre a venda antecipada de minério de ferro ou com quais partes a CSN estaria negociando. "Eu estava oferecendo parte na mineração, em função da melhora do prêmio de qualidade. Pareceu oportuno oferecer parte, mas apareceu a opção fazer operação de streamline e isso se estruturou de forma rápida", disse Steinbruch aos analistas.

Na avaliação do executivo, com o foco da China em produção de aço com minério de melhor qualidade, que produz menos poluição, a demanda por minério com alta concentração de ferro deve continuar elevada nos próximos anos. De janeiro a julho, a concentração média de ferro no minério produzido pela CSN foi de 62,5 por cento, ante 63,8 por cento da Vale no segundo trimestre, entre as mais altas concentrações do mundo.

Para dar conta da qualidade na concentração e preparar a mineração para aumentos de produção, a empresa vai investir 200 milhões de reais para ficar independente da necessidade de barragens de rejeitos de mineração no próximo ano e meio, disse o diretor da área na CSN, Eneas Diniz. Atualmente dois terços da produção de minério da CSN dependem de operação de barragens.

Segundo ele, a CSN deverá ter vendas neste ano de 35 milhões de toneladas de minério de ferro, após 32,6 milhões em 2017.

Em siderurgia, a empresa seguirá focada no mercado interno. O diretor comercial, Luis Fernando Martinez, disse que a CSN está implementando neste mês aumento de 12,25 por cento nos preços de aço laminado a quente e a frio vendido a distribuidores e de 10,75 por cento nos valores de galvanizados. Grandes clientes industriais, com exceção de montadoras de veículos, vão passar pelos mesmos reajustes a partir do dia 15, acrescentou.

Com isso, o preço médio de aço da CSN no terceiro trimestre será 8 a 9 por cento maior que atualmente, disse Martinez.

O executivo também revelou que a CSN está concluindo estudos para a implantação de uma nova linha de galvanização no país. A capacidade ficará entre 350 mil e 400 mil toneladas anuais, e o investimento pode ficar perto de 800 milhões de reais.

Na semana passada, o presidente-executivo da rival maior ArcelorMittal Brasil, disse que a empresa investirá 330 milhões de dólares numa nova linha de galvanização tendo como um dos focos o setor automotivo do país, que registra forte crescimento este ano. A Usiminas também avalia instalar uma nova linha de galvanização no país.

"Estamos decidindo qual vai ser o portfólio (de produtos) desta linha, se vai ser voltada mais para o setor automotivo ou para a construção civil", disse Martinez.

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