CSN: CSN quer vender ativos de baixo retorno já neste ano (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2015 às 22h53.
A Cia. Siderúrgica Nacional SA contratou três bancos para vendas de ativos, disseram fontes informadas sobre o assunto, em um momento em que se empenha para reduzir a maior carga de dívida registrada entre as siderúrgicas latino-americanas e conter o aumento dos yields dos bonds.
A CSN nomeou o Banco Bradesco SA e o Banco do Brasil SA para vender a Sepetiba Tecon SA, que opera um terminal de contêineres no porto de Sepetiba, no estado do Rio de Janeiro, por cerca de R$ 1 bilhão (US$ 290 milhões), segundo três das fontes, que pediram anonimato porque o processo é privado.
O Credit Suisse Group AG foi contratado para vender a participação da CSN, que tem sede em São Paulo, em outra siderúrgica brasileira, a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA, conhecida como Usiminas, pela qual buscará cerca de R$ 1,5 bilhão, disseram quatro fontes.
O presidente da empresa, Benjamin Steinbruch, disse no mês passado que a CSN quer vender ativos de baixo retorno já neste ano. Um porta-voz da CSN em São Paulo não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a contratação dos bancos.
As assessorias de imprensa do Credit Suisse, do Bradesco e do Banco do Brasil preferiram não comentar.
Atingida pela queda dos preços em meio a um excesso de oferta global, pelo encolhimento da economia doméstica e o aumento dos yields dos títulos, a CSN disse que sua dívida líquida inflou para R$ 20,8 bilhões, quase cinco vezes seu valor de mercado, com a alavancagem mais alta registrada em mais de uma década. Seus bonds estão sendo negociados a baixas recorde.
A siderúrgica está negociando com os credores para estender o prazo de parte de seus R$ 7,4 bilhões em dívidas com vencimento em 2016 e 2017 em um momento de redução de custos e de venda ativos de baixo retorno, disse Paulo Caffarelli, diretor-executivo da CSN, em uma conferência com investidores, na semana passada.
Passível de calote
Os bonds da CSN da emissão de US$ 1,2 bilhão com vencimento em 2020 caíram 7,6 por cento, para o menor valor já registrado, 61,13 centavos, na quinta-feira.
O yield aumentou 2,12 pontos porcentuais, para 19,03 por cento, ou 17,5 pontos porcentuais acima dos títulos do Tesouro dos EUA. Um diferencial de 10 pontos porcentuais indica uma dívida passível de calote.
“A dívida está se tornando insuportável, fazendo com que os preços dos bonds caiam a níveis de dívidas inadimplentes”, disse Cedric Rimaud, diretor de pesquisa para mercados emergentes da Gimme Credit, em uma nota a clientes.
“Até que alguma venda de ativos seja anunciada, isso continuará assim”.