São Paulo - O Banco Cruzeiro do Sul SA, que está sob intervenção do Banco Central por conta de “graves” violações de normas, pretendia aumentar os rendimentos dos principais executivos em 30 por cento neste ano.

O Cruzeiro disse no dia 30 de maio em seu relatório de referência que os executivos receberiam até R$ 49 milhões em 2012, acima dos R$ 37,8 milhões de 2011. O BC assumiu o controle do Cruzeiro do Sul dia 4 de junho e colocou-o sob administração do Fundo Garantidor de Créditos por aproximadamente 180 dias.

Cerca de 15 dias antes de decretar o regime especial, o BC alertou o controlador e diretor-presidente da instituição, Luís Octavio Índio da Costa, que uma das carteiras de crédito do banco não tinha documentação, disse Antonio Carlos Bueno, diretor executivo do FGC, a repórteres em São Paulo no dia 4 de junho. A carteira tem cerca de R$ 1,3 bilhão, disse ele.

O Banco Cruzeiro do Sul iniciou auditoria para avaliar a situação da instituição financeira e, finalizado esse trabalho, a atual administração poderá se pronunciar sobre esse e outros assuntos, disse por e-mail um assessor de imprensa que pediu anonimato em respeito a políticas internas da companhia.

Desde o início da intervenção até ontem, as ações do Cruzeiro caíram 58 por cento, para R$ 3,19. No mesmo período o Ibovespa subiu 1,4 por cento.

O Banco Panamericano SA, resgatado pelo FGC em 2010 em meio a uma investigação de fraude pelo BC, pretende pagar R$ 8,31 milhões para seus principais executivos, acima dos R$ 5,37 milhões do ano passado, segundo o relatório de referência pubicado no dia 30 de maio.

O Banco do Brasil SA, o maior da América Latina em ativos, prevê pagar R$ 40,85 milhões neste ano a sua equipe principal de administração. No ano passado, o Banco do Brasil pagou R$ 30 milhões, segundo o relatório do dia 30 de maio.

O Cruzeiro fechou o primeiro trimestre com prejuízo de R$ 57,9 milhões após registrar lucro líquido de R$ 31,7 milhões no último trimestre de 2011 e R$ 41 milhões no ano anterior.