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Crise? Supermercados contratam e traçam planos de expansão

Auxílio emergencial de 600 reais ajudou setor. Para contornar perda de renda do consumidor, as empresas apostam em lojas express, prêmios e promoções

Supermercado em São Paulo: serviço essencial  (Germano Lüders/Exame)

Supermercado em São Paulo: serviço essencial (Germano Lüders/Exame)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 8 de agosto de 2020 às 10h22.

As incertezas quanto aos desdobramentos da pandemia do novo coronavírus no País têm feito boa parte do empresariado congelar investimentos, mas um segmento em particular não deve recuar nas inaugurações e contratações previstas até o fim do ano: o de supermercados.

Por prestarem um serviço considerado essencial, os supermercados tiveram a vantagem de permanecerem abertos durante a quarentena e também foram beneficiados pelo auxílio emergencial de 600 reais para desempregados e trabalhadores informais de baixa renda, cujo destino principal foi a compra de alimentos, artigos de higiene e medicamentos.

Por causa da pandemia, as vendas do varejo caíram 2,8% em março e 16,3% em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio, houve recuperação de 13,9%, insuficiente para repor as perdas, mas impulsionada, em boa parte, pelas vendas feitas em supermercados, que cresceram 14,3% naquele mês.

Além disso, o setor alimentar teve o melhor resultado para o mês de maio em contratações desde 2010. No Estado de São Paulo, foram abertas 1.273 vagas, segundo levantamento feito pela Apas a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O presidente da Apas, Ronaldo dos Santos pondera que os supermercados devem notar uma queda nos negócios à medida que a reabertura do comércio se consolidar. O setor caiu de 0,4% em junho, ante o mesmo período de 2019, após ter tido alta de 12,3% em maio, segundo dados exclusivos obtidos pelo Estadão. "O setor já esperava uma retração nas vendas devido ao aumento do desemprego, o que obriga os consumidores a serem mais seletivos."

Aberturas e descontos

Para contornar a perda de renda do consumidor, as empresas apostam em novos modelos de lojas, prêmios e promoções. O Hirota é um exemplo disso. Em agosto, a rede vai sortear um ano de supermercado grátis, com compras de até 1 mil reais mensais, para 16 clientes. Nas unidades Express, os clientes vão concorrer a uma moto Honda PCX a cada 30 reais em compras.

Segundo Hélio Freddi, diretor do grupo, o objetivo é criar uma agenda positiva. A rede inaugurou nesta semana a primeira loja do modelo Hirota Express em Casa, em que uma loja física, totalmente automatizada e instalada em um contêiner adaptado, é colocada dentro de um condomínio residencial. Até o fim do ano, a empresa vai inaugurar 18 lojas de diferentes modelos e reformar duas unidades em São Paulo.

No Carrefour, a rede manteve os preços de 200 itens básicos congelados desde o início da pandemia e espera aumentar a participação de seus produtos de marca própria, mais baratos, nas gôndolas. Entre o ano passado e este ano, a fatia nas vendas de produtos de marca própria aumentou de 7% para 14%.

"Ainda há muita incerteza quanto aos desdobramentos da pandemia, mas nossos planos de investimento não mudaram", diz Stéphane Engelhard, vice-presidente de relações institucionais do Grupo Carrefour Brasil. Além da expansão no varejo, a expectativa é que o grupo mantenha a previsão de abrir 20 unidades do Atacadão ainda este ano, segundo o executivo.

Já o GPA deve encerrar o ano com mais 19 lojas do Assaí, sendo 4 em agosto. Também estão previstas inaugurações de até cinco unidades do Pão de Açúcar e mais dez do Minuto Pão de Açúcar, além de outras 50 reformas e conversões.

No interior paulista, a Savegnago tem planos de expansão. Vai abrir uma loja em Limeira e outra em Araraquara e lançar ainda campanha com distribuição de R$ 1 milhão em prêmios.

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