Fábrica da Ambev: previsão é gastar R$ 3 bilhões neste ano, no mesmo patamar de 2014. (Germano Lüders / EXAME)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2015 às 12h05.
Rio de Janeiro - A crise econômica no Brasil não deve afetar os negócios da cervejaria Ambev neste ano, afirmou nesta terça-feira, 2, o presidente da empresa, Bernardo Paiva.
Ele argumenta que os planos da companhia têm como foco o longo prazo e que cenários pontuais, como o de um ambiente econômico menos favorável em 2015, com o dólar alto em relação ao real e inflação mais elevada do que em anos anteriores, não chegam a atingir os planos de investimento.
A previsão é gastar R$ 3 bilhões neste ano, no mesmo patamar de 2014.
"O ambiente externo não ajuda, mas a Ambev conhece o Brasil. Conviver com uma inflação na meta afeta (os negócios). Mas a gente já conviveu com isso (variações de preços como nos níveis atuais) em apenas um dia", afirmou Paiva, referindo-se aos anos 80, quando os preços variavam muito em um curto período de tempo.
"A Ambev é uma empresa centenária, não pensa no curto prazo", complementou.
Os R$ 3 bilhões previstos para este ano serão gastos na produção e distribuição de bebidas, informou o executivo, sem detalhar.
Ele disse apenas que serão construídas duas novas fábricas nos municípios de Uberlândia e Ponta Grossa, mas o foco não será, necessariamente, a ampliação da capacidade produtiva, e sim a melhoria do processo, para produzir cervejas especiais, de maior valor agregado, que exigem sistemas de produção mais complexos.
A Ambev aposta nesse tipo de produto, mais caro do que as marcas tradicionais Brahma, Antártica e Skol, para alcançar uma geração de caixa que ultrapasse a receita.
Assim, espera vencer o ambiente econômico adverso, de restrição ao consumo.
Crise hídrica
Paiva percorreu na manhã desta terça-feira alguns bares da cidade do Rio de Janeiro para iniciar uma campanha de economia de água em cerca de 600 pontos de venda em todo o País.
Intitulada "O seu lucro está indo pelo ralo?", a campanha da Ambev apresenta uma série de dicas aos comerciantes e promete o retorno do investimento a donos de bares e restaurantes em dois meses.