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Crise externa afeta plano de internacionalização do BB

Presidente do banco confirmou que situação econômica dificulta as negociações no momento

Aldemir Bendini, presidente do Banco do Brasil: negociações na África já foram afetadas pela crise (Germano Lüders/EXAME)

Aldemir Bendini, presidente do Banco do Brasil: negociações na África já foram afetadas pela crise (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2011 às 16h05.

São Paulo - A crise atual na Europa e nos Estados Unidos está prejudicando o projeto de internacionalização do Banco do Brasil, afirmou hoje o presidente do BB, Aldemir Bendine, na Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, onde o executivo participou de um almoço. "O cenário mais incerto tem gerado atraso nas negociações em curso" disse ele.

Um exemplo dessa interferência da crise nos planos do banco é a entrada da instituição na África. "O cenário está muito volátil e as negociações estão andando com mais cautela." No ano passado, BB, Bradesco e o Banco Espírito Santo, de Portugal, anunciaram a assinatura de um memorando de entendimentos para atuar na região.

O BB tem grande interesse em se expandir para o continente africano, destacou Bendine. Ele ressalta que não há grande quantidade de brasileiros morando na África, mas há um alto número de empresas do Brasil instaladas naquele continente. Outro fator de interesse está ligado à rentabilidade média dos bancos na África, de 45%. "A entrada só não ocorreu ainda por questões negociais e pela falta de uma oportunidade melhor", afirmou.

O executivo também comentou sobre a alta recente do dólar, dizendo que ela pode ter um componente especulativo. Bendine ressaltou também que a alta não preocupa e pode ser boa para as empresas. "A valorização não traz contágio negativo para a economia. Não vejo como grande preocupação". O BB deve bater este ano, segundo Bendine, novo recorde na liberação das linhas de financiamento ao comércio exterior, Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC) e Adiantamentos sobre Cambiais Entregues (ACE). A carteira dessas linhas fechou o primeiro semestre com saldo de US$ 36 bilhões. "Apesar da crise no exterior, as empresas continuam exportando."

Bendini informou que a crise atual não exigirá do banco um papel mais ativo no crédito, como ocorreu em 2008. Após revisar as projeções de crescimento da carteira no segundo trimestre, o executivo diz que, mesmo com a queda da taxa básica de juros, a Selic, e o cenário atual mais conturbado, elas se mantêm inalteradas. "Não deve haver uma ação mais ordenada do banco no mercado de empréstimo." Diferentemente da crise de 2008, Bendine não vê, agora, os bancos se retraindo no crédito. Ao contrário, ele destaca que está havendo um recuo na procura por empréstimos. "Não tem havido nenhum tipo de retração no crédito. Há recursos disponíveis."

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