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Da Redação
Publicado em 26 de dezembro de 2022 às 07h30.
Última atualização em 26 de dezembro de 2022 às 08h30.
Mais do que uma tendência, o turismo sustentável é, hoje, uma prioridade para o setor hoteleiro em todo o mundo. E não é à toa.
Segundo o Cambridge Institute for Sustainability Leadership, o turismo mundial contribui com cerca de 5% das emissões globais de gases de efeito estufa. O Instituto ainda alerta que as emissões desse setor devem crescer 130% até 2035.
Pesquisa encomendada pelo International Tourism Partnership, organização internacional que advoga por uma hotelaria mais sustentável e reúne grandes players da indústria, destaca que o setor deve reduzir suas emissões de carbono em 66% até 2030 e 90% até 2050 para permanecer dentro do limite de 2˚C acordado na COP21.
Os dados são preocupantes, mas há um movimento crescente para reverter esse quadro. O Booking.com, um dos maiores sites de viagens do mundo, mantém o programa Viagens Sustentáveis, em funcionamento há um ano.
De acordo com Luiz Cegato, Gerente de Comunicação da empresa para a América Latina, o programa é uma maneira de apoiar seus parceiros na inserção à sustentabilidade. “A estratégia representa uma maneira transparente de validar os esforços que as propriedades estão fazendo para oferecer uma estadia mais sustentável e incentivá-las a progredir em seu próprio caminho”, diz.
A iniciativa concede selos para propriedades que tenham tomado medidas para diminuir o impacto no meio ambiente, como gestão de água e energia, não-uso de plásticos descartáveis e até investimentos em projetos comunitários.
As propriedades que atendem ao mínimo exigido de impacto recebem o selo Viagem Sustentável, incluindo aquelas que possuem diversas certificações e selos já existentes.
Cegato explica que, atualmente, mais de 1,25 milhão de acomodações em todo o mundo estão participando do programa, compartilhando pelo menos algumas informações sobre as práticas de sustentabilidade que adotam, exibindo-as de forma transparente na página da propriedade. Dessas, mais de 400 mil foram reconhecidas com o selo de certificação.
Segundo dados da empresa, cerca de 93% dos viajantes brasileiros pretendem se hospedar no próximo ano em alguma propriedade que adota práticas sustentáveis.
Para Cegato, esse público está interessado em investir no turismo responsável, inclusive pagando a mais por isso, um mercado potencial que pode mudar a cara da indústria.
“As pessoas não estão apenas pensando em seu impacto, mas também em sua conexão com diferentes culturas e em como impactar positivamente os destinos que visitam. Os viajantes querem ter experiências representativas da cultura local e estão dispostos a pagar mais por atividades para retribuir às comunidades locais”.