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Credores do Independência confirmam venda de ativos ao JBS

Plano elimina um dos últimos entraves para a efetivação do negócio, que deverá elevar de forma importante a capacidade de abate da JBS


	Pelo plano aprovado, a JBS mantém a proposta de pagar 268 milhões de reais, dos quais 135 milhões de reais em ações e o restante em dinheiro
 (Leonardo Colosso)

Pelo plano aprovado, a JBS mantém a proposta de pagar 268 milhões de reais, dos quais 135 milhões de reais em ações e o restante em dinheiro (Leonardo Colosso)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2012 às 13h04.

São Paulo - O credores do frigorífico Independência aprovaram nesta segunda-feira uma nova versão do plano de recuperação judicial, em uma decisão que confirma a compra dos ativos da companhia em dificuldades financeiras pela JBS, maior processadora de carne bovina do mundo.

O plano foi aprovado por 83 por cento dos credores presentes em assembleia, em uma decisão que elimina um dos últimos entraves para a efetivação do negócio, que deverá elevar de forma importante a capacidade de abate de bovinos da JBS.

O próximo passo do processo é a homologação da proposta pela Justiça, disse o advogado da JBS, Eduardo Munhoz, do escritório Mattos Filho.

"O objetivo é fechar o negócio ainda este ano", afirmou Munhoz, destacando que o mais importante é que a maior parte dos credores extraconcursais (não contemplados no plano de recuperação) aprovou a proposta da JBS.

A nova versão de plano inclui prazo de pagamento para esses credores. Aqueles com garantia real que não tinham aderido ao plano anteriormente receberão 50 por cento do valor equivalente a sua dívida em dez anos corrigidos pelo IPCA mensal --sendo 20 por cento do total em dois anos--, mas sem juros remuneratórios.

Já os credores quirografários (não contemplados pelo plano de recuperação judicial), que também não tinham aderido à proposta, receberão o equivalente a 3 por cento de sua dívida, também no mesmo prazo e corrigidos da mesma forma.

Como não havia prazo para pagamento da dívida dos que não tinham aprovado o plano anteriormente, o passivo era considerado perpétuo, o que levou a questionamento judicial.

A assembleia foi realizada após determinação da juíza Adriana Nolasco da Silva, do Fórum Distrital de Cajamar, que anulou as deliberações da última assembleia, no primeiro semestre, quando a compra dos ativos do Independência pela JBS havia sido aprovada pelos credores.


A decisão da juíza foi baseada em recurso do Banco do Nordeste do Brasil, credor quirografário.

Pelo plano aprovado, a JBS mantém a proposta de pagar 268 milhões de reais, dos quais 135 milhões de reais em ações e o restante em dinheiro.

A diferença da nova proposta aprovada é que os credores que aderiram ao plano receberão pagamento à vista. Os que não concordaram receberão em prazo mais longo.

O valor é considerado pequeno, considerando os ativos que poderão ser adquiridos e a dívida do Independência, estimada pelo mercado em cerca de 1 bilhão de reais. A proposta inclui quatro unidades frigoríficas, entre outras.

A incorporação de unidades do Independência, que já foi um dos maiores do país, poderá agregar 1,75 bilhão de reais ao faturamento operacional do JBS. Em 2011, a JBS faturou mais de 60 bilhões de reais.

As ações do JBS operavam em baixa de mais de 3 por cento às 13h06, enquanto o Ibovespa caía 1,2 por cento.

Reabertura

Os ativos do Independência considerados na compra da JBS incluem: quatro unidades frigoríficas, em Nova Andradina (MS), Campo Grande (MS), Senador Canedo (GO) e Rolim de Moura (RO); dois curtumes em Nova Andradina e Colorado D'Oeste (RO); dois centros de distribuição e armazéns em Cajamar (SP) e Santos (SP); e todas as marcas pertencentes ao Grupo Independência.

Durante a divulgação do seu balanço, a JBS anunciou a reabertura de três unidades frigoríficas, que já estavam arrendadas junto ao Independência, mas não em operação. Essa reabertura --que inclui os abatedouros de Rondônia, Mato Grosso do Sul e Goiás --está mantida, segundo a empresa.

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