Raízen: Companhia fez uma oferta de R$ 823 milhões (Raízen/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de junho de 2017 às 09h31.
Última atualização em 17 de junho de 2017 às 09h32.
São Paulo - A Raízen Energia, joint venture entre os grupos Cosan e Shell, venceu na sexta-feira (16) o leilão judicial e vai ficar com duas usinas de açúcar e álcool que pertencem ao grupo Tonon Bioenergia. A companhia fez uma oferta de R$ 823 milhões pelas duas unidades que ficam no interior de São Paulo.
Em recuperação judicial desde 2015, a Tonon colocou à venda duas de suas três unidades. Apenas dois grupos fizeram oferta pelos ativos da companhia. Além da Raízen, também participou do leilão o grupo Suem, de São Paulo. A Tonon pretende manter sua terceira usina, no Estado vizinho de Mato Grosso do Sul.
As duas unidades adquiridas pela Raízen são consideradas estratégicas para a companhia, uma vez que complementam os negócios do grupo nas regiões de Araraquara e Jaú, segundo fontes ligadas à empresa.
Em nota, a Cosan informou que "a aquisição do grupo Tonon é um importante passo para a companhia, em linha com sua estratégia no mercado sucroenergético. Trata-se de um grupo bastante respeitável e tradicional do setor, com duas unidades estrategicamente localizadas próximas às suas áreas de atuação, que permitirá acesso a mais de 60 mil hectares de áreas cultiváveis e com expectativa de moer 4,9 milhões de toneladas de cana por ano." A conclusão do negócio, contudo, depende de trâmites relativos à recuperação judicial em curso.
Maior produtora de açúcar do mundo, a Raízen tem 24 usinas de açúcar e etanol no Brasil. Com capacidade para moer 68 milhões de toneladas por safra, a compra das duas usinas da Tonon elevará a produção da companhia para 73 milhões de toneladas/ano.
Após um forte boom de investimentos entre 2003 e 2010, o setor entrou em crise. Atualmente, há cerca de 70 usinas paradas, boa parte delas em recuperação judicial. O País chegou a ter 450 unidades produtoras em operação durante o auge do consumo de etanol no Brasil. O setor atribui a crise das usinas ao congelamento dos preços da gasolina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.