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Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2016 às 20h34.
São Paulo - A CPFL Renováveis, braço de investimentos em energia limpa da holding CPFL, fechou o primeiro trimestre com prejuízo líquido de 105,9 milhões de reais, o que representa perda 63,8 por cento maior que a registrada no mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta quarta-feira.
A elétrica, no entanto, espera uma melhoria do desempenho a partir do segundo semestre, com a entrada em operação de mais máquinas em usinas recém-inauguradas e com uma intensificação dos ventos, que favorece a produção das usinas eólicas, afirmou à Reuters o diretor financeiro da empresa, Gustavo Sousa.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia somou 167,7 milhões de reais, com retração de 5,5 por cento na comparação anual.
O resultado foi impactado principalmente por reduções na receita líquida associadas à estratégia de comercialização de energia de usinas à biomassa e pequenas hidrelétricas e por uma menor produção dos parques eólicos, prejudicados por uma redução dos ventos associada ao fenômeno climático El Niño.
"Houve um impacto em nossa geração eólica, principalmente no Nordeste... esse impacto do El Niño a gente sentiu mais fortemente em janeiro, com uma recuperação gradual em fevereiro e março", disse Sousa.
Esse movimento de melhoria deve ser intensificado no segundo semestre, quando tradicionalmente as usinas eólicas são mais produtivas. A fonte representa cerca de 60 por cento do portfólio da empresa, segundo o executivo.
"Os ventos de maior velocidade são no terceiro e quatro trimestre... é uma característica nossa ter um segundo semestre melhor (em resultados)", disse Sousa.
A companhia teve também uma elevação da alavancagem, com a relação entre a dívida líquida e o Ebitda tendo fechado março em 5 vezes, ante 4,7 vezes no final de 2015.
Segundo o diretor financeiro, a alta está associada a investimentos feitos em usinas colocadas em operação pela elétrica nesta semana.
"Neste ano a gente projeta ainda um leve incremento de alavancagem, mas já no ano que vem a gente volta para uma trajetória descendente", afirmou.
O executivo disse que, apesar da alavancagem elevada, a companhia segue sempre estudando oportunidades de crescimento, tanto por meio da viabilização de novas usinas em leilões quanto por aquisições.
"Posso dizer que dentro de nossos covenants (compromissos com credores) ainda tem um bom espaço tanto para crescimento orgânico quanto para uma eventual aquisição."
Sousa ressaltou, no entanto, que no momento não há nenhuma transação específica ou novo investimento no radar da empresa.
"Claro, esse é um momento de certa restrição do apetite por (oferecer) crédito por parte dos bancos", disse.