Negócios

Cosan e Shell assinam parceria em combustível

Potencial de vendas anuais da união das duas empresas é de US$ 21 bi

Fábrica da Cosan: união com a Royal Dutch Shell será divida em 3 companhias, uma para açúcar e álcool, uma para a administração e a última, para a distribuição (Cosan/Divulgação)

Fábrica da Cosan: união com a Royal Dutch Shell será divida em 3 companhias, uma para açúcar e álcool, uma para a administração e a última, para a distribuição (Cosan/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

São Paulo - A Cosan, maior produtora mundial de açúcar e álcool, anunciou nesta quarta-feira que assinou acordo vinculante definitivo com a Royal Dutch Shell, criando a esperada joint-venture avaliada em 12 bilhões de dólares com a companhia europeia, concluindo negociações iniciadas no início do ano.

A parceria prevê a união das operações de combustíveis de ambas as companhias no Brasil, com potencial de vendas anuais de 21 bilhões de dólares. O acordo deve ser concluído no primeiro semestre de 2011 e está condicionado à aprovação de órgãos governamentais de concorrência.

Em comunicado ao mercado, a Cosan afirma que a parceria será composta por três empresas distintas, nos segmentos de açúcar e álcool, distribuição de combustíveis e administração.

Conforme o memorando assinado em fevereiro, a joint-venture inclui a transferência de todas as usinas de açúcar e etanol da Cosan, incluindo co-geração de energia a partir do bagaço da cana e ativos de distribuição e comercialização de combustíveis.

Ainda, o documento divulgado nesta quarta-feira inclui também as oito futuras plantas de co-geração da empresa brasileira que não estavam previstas anteriormente.

Conforme o entendimento inicial, será transferida à joint-venture uma dívida líquida de cerca de 2,524 bilhões de dólares, acrescida de um adicional não previsto de 500 bilhões de reais junto ao BNDES, não estipulado no memorando de fevereiro.


A Shell, por sua vez, irá transferir os ativos referentes a venda e distribuição de combustíveis no Brasil, seu negócio de combustíveis de aviação e participação em duas empresas de pesquisa e desenvolvimento a partir da biomassa (Iogen e Codexis). A companhia europeia também entrará com um aporte de aproximadamente 1,6 bilhão de dólares.

Dando sequência ao acordado no primeiro entendimento, Shell e Cosan ficarão proibidas de concorrer em caráter global com a nova empresa, bem como afiliadas, enquanto participarem da joint-venture.

Ainda conforme o documento, Cosan e Shell concederão opções de compra recíprocas. "No décimo aniversário do fechamento, a Shell terá uma opção para compra de metade ou da totalidade da participação da Cosan na joint-venture proposta".

Caso a Shell opte por exercer tal opção, a Cosan terá o direito de decidir se venderá metade ou a totalidade de sua participação na parceria.

"No 15º aniversário do fechamento, uma parte terá o direito de comprar a totalidade ou uma parcela da participação da outra companhia na joint-venture proposta", acrescenta o comunicado.

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