Entre as reivindicações, estão aumento real de 15%, reposição da inflação em 7,13%, referente ao período entre agosto de 2012 e julho deste ano, aumento linear de R$ 200 para todos os trabalhadores e pagamento das perdas salariais de 1994 a 2002 (Lia Lubambo/ Arquivo EXAME)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2013 às 18h24.
Brasília – O presidente dos Correios (ECT), Wagner Pinheiro, disse hoje (29) que a estatal não terá condições de aceitar na íntegra as propostas dos trabalhadores da estatal.
Entre as reivindicações, estão aumento real de 15%, reposição da inflação em 7,13%, referente ao período entre agosto de 2012 e julho deste ano, aumento linear de R$ 200 para todos os trabalhadores e pagamento das perdas salariais de 1994 a 2002.
A pauta nacional de reivindicações, que já foi enviada a todos os sindicatos filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), deve ser aprovada nesta semana em assembleias que serão realizadas em todo o país. O documento será entregue à ECT amanhã (30).
“Há dificuldade para aceitarmos o percentual de 15%, mas vamos discutir e ver até aonde podemos chegar. Nossa disposição óbvia é para a reposição integral das perdas com a inflação. Vamos avaliar a possibilidade de algum benefício como o Vale Refeição ser reajustado, ou [a inserção de] algum benefício novo, como o Vale Cultura, que está em vias de ser sancionado”, disse à Agência Brasil o presidente da estatal.
Os trabalhadores ligados à Fentect reivindicam também adicional noturno, antecipação da gratificação natalina, horas extras, anuênio e a não privatização da ECT.
Contatado pela Agência Brasil, o secretário de Imprensa da Fentect, James Magalhães, disse que a argumentação do presidente da estatal não procede e vai contra até mesmo às campanhas publicitárias feitas pela própria empresa ao longo do ano. "Nas propagandas, eles falam sobre recordes de lucro. Só no ano passado, a empresa teve lucro superior a R$ 1 bilhão. É uma contradição, depois, dizer que não têm condições de dar esse aumento", disse Magalhães.
O sindicalista reclama também das poucas contratações feitas pela ECT nos últimos anos. "Eles dizem ter contratado 16 mil, mas não informam quantos trabalhadores saíram da empresa, que notoriamente é de alta rotatividade, porque muitos a deixam por causa dos baixos salários. Esse percentual (15%) nada mais é que fazer justiça por causa das perdas salariais e das dívidas históricas da ECT com seus funcionários. Temos os piores salários da esfera federal e muito trabalho por causa da pouca contratação", concluiu Magalhães.