As maiores baixas estão concentradas na Eletrobras (-45,8%) (Divulgação/Divulgação)
Agência O Globo
Publicado em 28 de junho de 2021 às 08h35.
Última atualização em 28 de junho de 2021 às 08h36.
As cinco grandes estatais federais do país — Banco do Brasil, Correios, Caixa, Petrobras e Eletrobras — perderam mais de 111 mil empregados entre o início de 2015 e março deste ano. Juntas, cortaram pouco mais de um quarto de seu pessoal nesse período, recuando para um total de 327.397, segundo o Panorama das Estatais, do Ministério da Economia.
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As maiores baixas estão concentradas na Eletrobras (-45,8%) — em vias de ser concedida à iniciativa privada — e na Petrobras (-42%).
Esse encolhimento é puxado por uma combinação de fatores, que vão da orientação para redução do tamanho do Estado desde o governo Michel Temer até a crise econômica, que impacta a capacidade de investimento das empresas e leva o governo a recorrer à venda de estatais para equilibrar as contas públicas.
Entra na conta ainda a digitalização de serviços e operações, sobretudo no setor financeiro.
— É uma correção de rumo, após um período de crescimento do setor (estatal) em governos anteriores. Foi como voltar um pouco o pêndulo do lado da expansão do Estado em que estava. No caso da Eletrobras, a privatização pesa, mas o cenário não é diferente na Petrobras — afirma Sérgio Lazarini, professor do Insper.
Marco Tulio Zanini, professor da FGV EBAPE, frisa que a crise econômica contribui para esse processo de enxugamento:
— Há o contexto de recessão. Sem demanda, essas estatais perdem a perspectiva de produtividade futura e ficam com mão de obra ociosa ou subaproveitada. Não existe incentivo para a manutenção dessas empresas em seu nível máximo de produtividade. São setores desmotivados, com as companhias passando por grandes reestruturações.