Grupo petroquímico fornece para indústrias de itens essenciais (Luke Sharrett/Bloomberg)
Juliana Estigarribia
Publicado em 27 de março de 2020 às 18h32.
Última atualização em 27 de março de 2020 às 18h43.
A Braskem vai oferecer, a partir de abril, uma linha de crédito adicional no valor de 1 bilhão de reais para seus clientes, em meio à crise desencadeada pelo novo coronavírus. A oferta ficará disponível pelo prazo de 60 dias para a compra de resinas plásticas (PE, PP, PVC), soda cáustica, solventes e especialidades químicas. Muitos destes insumos são usados na fabricação de materiais hospitalares essenciais.
“Entendemos que este é um momento excepcional e nem todos estão preparados. Essa medida visa atender principalmente os clientes com menor capacidade de crédito", afirma Edison Terra, vice-presidente de olefinas e poliolefinas da Braskem na América do Sul. A companhia acredita que a linha de crédito adicional será "bastante significativa para pequenos e médios".
A medida deve ajudar fabricantes que estão produzindo mais para o combate à pandemia da covid-19, mas também aqueles que estão sofrendo com a redução de demanda e consequente queda da receita.
A linha é válida para clientes adimplentes e com crédito já aprovado. Com o objetivo de beneficiar um número maior de empresas, o acesso à linha será limitado a 600.000 reais por cliente.
Durante a crise do novo coronavírus, o grupo vem abastecendo fábricas que produzem itens essenciais, como máscaras, seringas, bolsas de soro, além de empresas de embalagens de alimentos e refeições prontas, cuja demanda aumentou de forma significativa em tempos de quarentena.
Para oferecer essa linha adicional, a Braskem afirma que a medida é possível devido à sua "disciplina em reduzir custos e aumentar a diligência nos investimentos no período de ciclo de baixa da petroquímica."
“Temos condições de oferecer esse apoio aos clientes sem comprometer nosso caixa, mas gostaríamos de convidar nossos fornecedores e parceiros a participar desse esforço, fundamental para a manutenção da indústria e dos empregos”, diz Pedro Freitas, diretor financeiro da companhia.